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Fernando Rosa

Fernando Rosa, jornalista, editor do blog Senhor X, especializado em geopolítica.

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Hipocrisia rentista

O fundamental é que se abriu uma oportunidade histórica com a crise do neoliberalismo no Chile. É preciso, diante disso, apontar propostas estratégicas, tanto econômicas quanto políticas e institucionais.

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A explosão popular no Chile, que Bolsonaro chamou de “atos terroristas” patrocinados pelas “ditaduras de Cuba e Venezuela”, mobilizou os lobos em pele de cordeiro do rentismo internacional em toda a região. No Brasil, o porta-voz é Armínio Fraga, notório representante do sistema financeiro e ex-presidente do Banco Central de FHC. 

Na defensiva, a mídia investe em intervenções de gente como ele para tentar dissipar a confusão provocada pela “surpresa” chilena e reorientar o foco dos debates, de acordo com os seus interesses.

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Neste domingo, em artigo na Folha de S. Paulo, Armínio Fraga retoma seu discurso de new-paladino do “combate à desigualdade”. “Há no ar uma sensação difusa de injustiça social e frustração”, referindo-se a situação do Chile, onde, segundo ele, “o Consenso de Washington no final das contas parecia ter dado certo”.   

Na verdade, os donos do dinheiro no mundo já estavam espertos desde antes da explosão chilena. Em agosto, a Business Roundtable, que reúne 181 CEOs das maiores empresas do mundo, revisou posição sobre a atuação de seus “associados” junto aos mercados mundiais. Antes voltada para a maximização dos lucros dos acionistas, passou a defender que todos sejam beneficiados – “clientes, funcionários, fornecedores, comunidades e acionistas”.

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A partir da avaliação de que esticaram demais a corda, Armínio parte para a propaganda das novas teses sociais e econômicas do sistema financeiro internacional. “O caso (do Chile) reforça a tese de que crescimento e equidade precisam caminhar juntos, sob pena de inviabilizar politicamente qualquer estratégia de desenvolvimento”, diz ele.

O texto, na verdade, tem como alvo alertar os operadores internos sobre os limites da espoliação internacional, antes que vingue um “novo Chile” por aqui. 

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“Passados 10 meses de governo Bolsonaro e mais de três anos de agenda econômica reformista, cabe um breve balanço do que vem sendo feito e do que falta fazer”, diz ele. Na sequência, enfileira todas as medidas de arrocho fiscal, congelamento do orçamento, reforma da Previdência e redução salarial.

A partir da análise positiva das medidas que paralisaram a economia nacional, aponta para mais arrocho com redução de  investimentos na produção, exclusão das despesas obrigatórias (saúde e educação, principalmente) do orçamento e arrocho salarial ainda mais profundo.
Ao final, pergunta “o que mais falta?”, dizendo – cinicamente, dissemos nós – que tem escrito sobre a necessidade de investir nas áreas sociais para promover o crescimento. 

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No entanto, ele mesmo admite que “o espaço orçamentário encontra-se esgotado e engessado e, de qualquer forma, a agenda de redução das desigualdades não parece ser prioritária”.

Ao final, o que vale de toda a lenga-lenga “new-liberal” é sua afirmação de que “o roteiro econômico liberal seguiu vivo com a chegada do governo atual”.  

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Ou seja, querem apenas afrouxar a corda no pescoço da Nação, dos brasileiros e dos povos latino-americanos. O que, ao que parece, a tirar pelo Chile, não é tarefa fácil.

O fundamental é que se abriu uma oportunidade histórica com a crise do neoliberalismo no Chile. É preciso, diante disso, apontar propostas estratégicas, tanto econômicas quanto políticas e institucionais.

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Como dizem os chilenos nas ruas, “esto no ha terminado”.

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