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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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Hora da onça beber água na (f)urna

Se a operação, de fato, foi adiada, houve manipulação das eleições de 2018, que poderiam ser anuladas. A interferência, portanto, não é de hoje

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Aguarda-se para as próximas horas ou próximos dias a decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que apura suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF), especialmente na superintendência da instituição no Rio de Janeiro. É do conhecimento público que é uma verdadeira bomba de fragmentação – porta bombas menores dentro de si – o vídeo da reunião ministerial ocorrida no dia 22 de abril deste ano, no Palácio do Planalto, com a presença do presidente.

E esse vídeo que Celso de Mello, o decano do Supremo, vai tornar público – em partes – ou não é uma das provas apontadas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, na acusação contra Bolsonaro, que teria interferido, de forma política, na PF, para barrar investigações contra seus filhos. O foco principal mira o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o O1, primogênito do presidente, investigado, direta ou indiretamente, pela Polícia Federal, desde outubro de 2018, época do segundo turno das eleições.

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Se Celso de Mello decidir divulgar o vídeo na íntegra, deve ficar claro que Bolsonaro, completamente alterado, no auge de seu autoritarismo manifestado, exigiu, aos berros, de Sérgio Moro, que o então superintendente da PF no Rio, Carlos Henrique Oliveira, da confiança do ex-juiz federal, fosse retirado do cargo. O motivo parece óbvio. Todo mundo sabe que esse cargo tinha que ser ocupado por pessoa ligada ao atual inquilino do Palácio do Planalto, com o objetivo de proteger seus filhos sob investigação há vários anos.

Eleição manipulada

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A entrevista do empresário carioca Paulo Marinho à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, complementa o contexto das acusações de Moro contra Bolsonaro, pois denuncia um delegado policial federal por ter informado Flávio Bolsonaro sobre a Operação Furna da Onça, que flagrava Fabrício Queiroz. Isso teria ocorrido em outubro de 2018, exatamente durante o segundo turno da disputa presidencial com o então candidato do PT, Fernando Haddad. Não se sabe quem foi o delegado da PF que vazou a operação para Flávio.

Esse delegado teria garantido adiar o deflagramento da operação, para não prejudicar a eleição tanto de Jair quanto do O1, pois se tornaria público que Fabrício Queiroz, então assessor parlamentar do gabinete de Flávio Bolsonaro, deputado estadual do Rio de Janeiro à época, tinha movimentação milionária em sua conta. As transações financeiras de Queiroz, que sumiu desde então – há quem diga que se encontra “escondido”, morando na comunidade Rio das Pedras, na Zona Oeste, dominada por milicianos –, ultrapassavam a casa do milhão.

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Amigo íntimo de Bolsonaro, por décadas, Queiroz fora fisgado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf. Tratava-se de movimentações atípicas, incompatíveis com os vencimentos de assessor do então deputado estadual 01 na Assembleia Legislativa carioca, mas típicas da “rachadinha”, na qual assessores entregam parte de seus salários a parlamentares que os empregam. Se a operação, de fato, foi adiada, houve manipulação das eleições de 2018, que poderiam ser anuladas. A interferência, portanto, não é de hoje.

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