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Gustavo Castañon

Gustavo Castañon é professor do departamento de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora

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Huck dilacera a direita

"A candidatura Huck, além de colocar a Globo, apanhada dessa vez pelo FBI, diretamente na disputa eleitoral a desmascarando como partido político que é, fragmenta definitivamente uma direita que já está indo dividida para a mais difícil eleição da redemocratização", diz o professor de Filosofia e colunista do 247, Gustavo Castañon, ao avaliar o desempenho do apresentador Luciano Huck numa corrida presidencial; "Não devemos ver com soberba nem com temor a candidatura Huck. Devemos ver como uma oportunidade histórica de um acerto de contas do povo brasileiro com a Rede Globo do qual, ela vencendo ou perdendo, não terá mais como voltar atrás", defende Castañon

"A candidatura Huck, além de colocar a Globo, apanhada dessa vez pelo FBI, diretamente na disputa eleitoral a desmascarando como partido político que é, fragmenta definitivamente uma direita que já está indo dividida para a mais difícil eleição da redemocratização", diz o professor de Filosofia e colunista do 247, Gustavo Castañon, ao avaliar o desempenho do apresentador Luciano Huck numa corrida presidencial; "Não devemos ver com soberba nem com temor a candidatura Huck. Devemos ver como uma oportunidade histórica de um acerto de contas do povo brasileiro com a Rede Globo do qual, ela vencendo ou perdendo, não terá mais como voltar atrás", defende Castañon (Foto: Gustavo Castañon)
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O desespero da mídia corporativa com as eleições de 2018 parece que vai atirá-la no tudo ou nada da candidatura Luciano Huck.

Ao comparar a aceitação da imagem de um apresentador de TV em atividade com a de políticos no meio do maior fogo cruzado dos últimos quarenta anos, o Estadão mostra desespero e aposta na estupidez presumida de seus leitores.

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Na verdade, o desempenho de Huck mesmo nesse cenário é sofrível, se lembrarmos que em breve Huck, seus negócios com o sócio Accioly preso hoje pela Lava-jato, sua vida pregressa e até mesmo o escândalo de corrupção internacional da Globo, serão explorados para triturar sua imagem de simpático explorador da ignorância e da miséria material e espiritual.

A candidatura Huck, além de colocar a Globo, apanhada dessa vez pelo FBI, diretamente na disputa eleitoral a desmascarando como partido político que é, fragmenta definitivamente uma direita que já está indo dividida para a mais difícil eleição da redemocratização.

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Com as candidaturas irreversíveis de Bolsonaro, pilotando uma consistente faixa de opinião fascista e atualmente com intenções de voto entre 15% a 20%, e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (que vai para a eleição de sua vida) na casa de 6% a 7%, não sobra muito para o apresentador de TV que hoje patina entre 2% a 5% de intenções de voto. E ainda temos que lembrar que o Senador Álvaro Dias parece determinado a roubar no Paraná mais 3% dos votos do candidato de direita no primeiro turno, que historicamente tem um teto de 30%, e o voto conservador da indecisa (agora em se candidatar) Marina Silva parece patinar entre 7% e 10%.

Vale a pena ressaltar que o desempenho atual de Huck é um fracasso se comparado ao de Sílvio Santos em 89. Quando tentou se candidatar a presidente, o dono da SBT bateu 34% de intenções de voto na pesquisa Gallup.

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Huck também não deve contar com grandes mágicas, porque ele também já sai de seu "efeito recall". Semanalmente na casa de milhões de brasileiros, "dando" casas e reformando carros há anos, seu desempenho pífio mostra não só amadurecimento do povo brasileiro como o apodrecimento da Globo.

Ao mesmo tempo, a candidatura Huck enterra a "solução judiciário", a candidatura de algum juiz que pudesse capitalizar a anti-política. Não há espaço para seis no campo conservador. Figuras como Joaquim Barbosa, Cristóvam Buarque, Henrique Meirelles e Ronaldo Caiado passam a disputar vagas de vice de animador de auditório.

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Já o PSB, com o lançamento da candidatura de Aldo e esse brutal enfraquecimento de Geraldo Alckmin, praticamente sela sua volta ao campo progressista e tende a acabar apoiando Ciro Gomes.

Mesmo Marina, agora perdendo todo seu espaço de aliança e grande parte de seu eleitorado, tende a desistir da empreitada.

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Enfim, com essa "loucura, loucura, loucura" a direita passa a se dilacerar por uma vaga no segundo turno, enquanto a esquerda parece garantida nele seja com Lula, seja com um candidato de união do campo que surgirá no eventual impedimento de Lula, que hoje, com ou sem o apoio do PT, tende a ser Ciro.

Não devemos ver com soberba nem com temor a candidatura Huck. Devemos ver como uma oportunidade histórica de um acerto de contas do povo brasileiro com a Rede Globo do qual, ela vencendo ou perdendo, não terá mais como voltar atrás.

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A candidatura do animador de auditório, ao contrário do que comentaram seu amigo Aécio Neves e colunistas da imprensa corporativa, não sinaliza a falência da política no Brasil.

A esquerda segue fazendo política, recuperando seu espaço e apresentando projetos e nomes sérios.

O que ela sinaliza, claramente, é o desespero e a falência da direita brasileira.

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