Huck dilacera a direita
"A candidatura Huck, além de colocar a Globo, apanhada dessa vez pelo FBI, diretamente na disputa eleitoral a desmascarando como partido político que é, fragmenta definitivamente uma direita que já está indo dividida para a mais difícil eleição da redemocratização", diz o professor de Filosofia e colunista do 247, Gustavo Castañon, ao avaliar o desempenho do apresentador Luciano Huck numa corrida presidencial; "Não devemos ver com soberba nem com temor a candidatura Huck. Devemos ver como uma oportunidade histórica de um acerto de contas do povo brasileiro com a Rede Globo do qual, ela vencendo ou perdendo, não terá mais como voltar atrás", defende Castañon
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O desespero da mídia corporativa com as eleições de 2018 parece que vai atirá-la no tudo ou nada da candidatura Luciano Huck.
Ao comparar a aceitação da imagem de um apresentador de TV em atividade com a de políticos no meio do maior fogo cruzado dos últimos quarenta anos, o Estadão mostra desespero e aposta na estupidez presumida de seus leitores.
Na verdade, o desempenho de Huck mesmo nesse cenário é sofrível, se lembrarmos que em breve Huck, seus negócios com o sócio Accioly preso hoje pela Lava-jato, sua vida pregressa e até mesmo o escândalo de corrupção internacional da Globo, serão explorados para triturar sua imagem de simpático explorador da ignorância e da miséria material e espiritual.
A candidatura Huck, além de colocar a Globo, apanhada dessa vez pelo FBI, diretamente na disputa eleitoral a desmascarando como partido político que é, fragmenta definitivamente uma direita que já está indo dividida para a mais difícil eleição da redemocratização.
Com as candidaturas irreversíveis de Bolsonaro, pilotando uma consistente faixa de opinião fascista e atualmente com intenções de voto entre 15% a 20%, e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (que vai para a eleição de sua vida) na casa de 6% a 7%, não sobra muito para o apresentador de TV que hoje patina entre 2% a 5% de intenções de voto. E ainda temos que lembrar que o Senador Álvaro Dias parece determinado a roubar no Paraná mais 3% dos votos do candidato de direita no primeiro turno, que historicamente tem um teto de 30%, e o voto conservador da indecisa (agora em se candidatar) Marina Silva parece patinar entre 7% e 10%.
Vale a pena ressaltar que o desempenho atual de Huck é um fracasso se comparado ao de Sílvio Santos em 89. Quando tentou se candidatar a presidente, o dono da SBT bateu 34% de intenções de voto na pesquisa Gallup.
Huck também não deve contar com grandes mágicas, porque ele também já sai de seu "efeito recall". Semanalmente na casa de milhões de brasileiros, "dando" casas e reformando carros há anos, seu desempenho pífio mostra não só amadurecimento do povo brasileiro como o apodrecimento da Globo.
Ao mesmo tempo, a candidatura Huck enterra a "solução judiciário", a candidatura de algum juiz que pudesse capitalizar a anti-política. Não há espaço para seis no campo conservador. Figuras como Joaquim Barbosa, Cristóvam Buarque, Henrique Meirelles e Ronaldo Caiado passam a disputar vagas de vice de animador de auditório.
Já o PSB, com o lançamento da candidatura de Aldo e esse brutal enfraquecimento de Geraldo Alckmin, praticamente sela sua volta ao campo progressista e tende a acabar apoiando Ciro Gomes.
Mesmo Marina, agora perdendo todo seu espaço de aliança e grande parte de seu eleitorado, tende a desistir da empreitada.
Enfim, com essa "loucura, loucura, loucura" a direita passa a se dilacerar por uma vaga no segundo turno, enquanto a esquerda parece garantida nele seja com Lula, seja com um candidato de união do campo que surgirá no eventual impedimento de Lula, que hoje, com ou sem o apoio do PT, tende a ser Ciro.
Não devemos ver com soberba nem com temor a candidatura Huck. Devemos ver como uma oportunidade histórica de um acerto de contas do povo brasileiro com a Rede Globo do qual, ela vencendo ou perdendo, não terá mais como voltar atrás.
A candidatura do animador de auditório, ao contrário do que comentaram seu amigo Aécio Neves e colunistas da imprensa corporativa, não sinaliza a falência da política no Brasil.
A esquerda segue fazendo política, recuperando seu espaço e apresentando projetos e nomes sérios.
O que ela sinaliza, claramente, é o desespero e a falência da direita brasileira.
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