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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Ideologia e meio ambiente

Bruno Pereira e Dom Philips (Foto: Divulgação/Funai/Arquivo | Reprodução Twitter/@domphillips | Ricardo Lima/Reuters)
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O desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira é mais um capítulo do desmonte de políticas públicas para o meio ambiente promovido pelo presidente Bolsonaro. Tudo começa nas promessas de campanha do então candidato. Não era surpresa para ninguém seu posicionamento em relação aos seus pontos de vista, o que faz do eleitor do presidente conivente de certo modo, com o extremismo em que vivemos hoje. Já naquela época, suas posições eram exploração estrangeira da Amazônia; o enfraquecimento da fiscalização ambiental e da aplicação de multas em caso de crime contra o meio ambiente; a falta de restrições ao agronegócio e a liberação da caça de animais, entre outras medidas. Já eleito, protagonizou as primeiras frases dizendo que não ia dar mais nenhum pedaço de terra para os povos indígenas.

Para que tudo saísse como o esperado, colocou Ricardo Salles como ministro do Meio Ambiente, conhecido por propor aproveitar o momento da COVID para “passar a boiada”, foi o mesmo que exonerou Bruno Araújo de suas funções na Funai e politicamente responsável por essa tragédia. Ricardo Salles, que nem conhecia quem era Chico Mendes; além de ter sido demitido do secretariado de São Paulo por causa de corrupção, tomou algumas decisões contra a natureza como: Retirada da participação da sociedade civil do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), revogação de resoluções que protegiam restinga e mangue, paralisação do Fundo Amazônia, permitiu o avanço do garimpo em áreas protegidas, promoveu o desmonte dos órgãos de proteção ambiental, como Ibama e ICMBio e suspendeu as multas ambientais de grandes latifundiários. Hoje está exonerado pois está sendo investigado por suspeita de envolvimento em exportação ilegal de madeira.

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As medidas foram piorando tendo em suas mãos, os recordes históricos de desmatamento na Amazônia e suspensão dos brigadistas durante recorde de queimadas no Pantanal. Além de permitir que um grupo de fazendeiros bolsonaristas, através de manifesto, queimassem a floresta Amazônica e o Pantanal, surgindo além dos prejuízos de vida animal e botânica inestimável, o efeito foi levado a São Paulo com dias escuros e tempestade de areia.  O massacre de aldeias e sumiço de comunidades indígenas está na conta de Bolsonaro, que tem processo em Haia, por conta de genocídio indígena, que ao todo somam sete processos .

O desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira é mais um capítulo trágico desse desmonte proposital e criminoso. Dois personagens que não são aventureiros, são dois dos mais importantes ativistas dos últimos tempos, que motivou várias etnias a busca de seus paradeiros. O que antes eram guerras territoriais, que acabaram com a vida de alguns ativistas como  a irmã dorothy stang, hoje se transformou em território de bandidos narcotraficantes, madeireiros e garimpeiros. Hoje, Bolsonaro abriu a porteira propositadamente para o descontrole total da selva Amazônica, se transformando em uma nova região de conflitos como na Bolívia. Lembrando que na época da ditadura, o desaparecimento de pessoas, a falta de informação e a ocultação de corpos era prática comum e exaltada por Bolsonaro, que ama Ulstra e tem simpatia por Hitler, afinal, mente dizendo que seu avô foi soldado alemão.

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As origens do ódio de Bolsonaro pelos indígenas não podemos mensurar ou tentar entender nesse momento, mas suas ações são sempre voltadas ao lucro pessoal. E como Shakespeare ilustra em O mercador de Veneza, o agiota judeu acabou se tornando uma figura odiada pelos alemãs e Hitler, Bolsonaro tem o mesmo dissabor pelos povos que está incrustado no imaginário mais analfabeto da população, desde 1614, quando o missionário Yves D’Évreux ordenou a prisão, tortura e execução do índio Tibira, com o pretexto de “purificar a terra do abominável pecado da sodomia”.

O que Bolsonaro considera um problema o “ativismo ambiental xiita” e “indústria de demarcação de terras indígenas”, ele resolve com a mira da espingarda. Até a próxima eleição, eles tentarão correr com a boiada de toda maneira, mesmo que o traço de civilização que ainda existe na região  se transforme em barbárie. Por isso, mesmo despedaçados, queremos saber: Onde estão Dom Phillips e Bruno Pereira!

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