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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Impeachment: conspirações avançam, mas faltam bases

Jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247, recorda o que já aconteceu esta semana "na marcha das conspirações": a aproximação entre José Serra e Michel Temer e, com isso, a chance de o tucano se tornar ministro da Fazenda de um eventual governo do peemedebista; articulações entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e tucanos para aprovar um pedido de impeachment na Casa; e a aproximação PMDB-PSDB, por meio do presidente do Senado, Renan Calheiros, fortalecendo a tese do impeachment com posse de Temer; "Este cenário, entretanto, reflete disposições políticas, mas não ainda condições objetivas para um impeachment. Elas dependem de duas agendas deste mês de agosto: as manifestações do dia 16 e a apreciação das contas de Dilma pelo TCU no dia 19", avalia Tereza

Jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247, recorda o que já aconteceu esta semana "na marcha das conspirações": a aproximação entre José Serra e Michel Temer e, com isso, a chance de o tucano se tornar ministro da Fazenda de um eventual governo do peemedebista; articulações entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e tucanos para aprovar um pedido de impeachment na Casa; e a aproximação PMDB-PSDB, por meio do presidente do Senado, Renan Calheiros, fortalecendo a tese do impeachment com posse de Temer; "Este cenário, entretanto, reflete disposições políticas, mas não ainda condições objetivas para um impeachment. Elas dependem de duas agendas deste mês de agosto: as manifestações do dia 16 e a apreciação das contas de Dilma pelo TCU no dia 19", avalia Tereza (Foto: Tereza Cruvinel)
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No conjunto de fatos que indicaram o agravamento da crise política nas últimas horas, o que mereceu maior atenção dos agentes políticos e analistas políticos foi a frase do vice-presidente Michel Temer, de que o país precisa de “alguém que tenha a capacidade de reunificar a todos”. Concedendo-se a Michel o benefício da dúvida, a frase pode não ter sido um auto lançamento como alternativa de governo mas, no mínimo, ele ofendeu inadvertidamente a presidente Dilma Rousseff. Diz, nas entrelinhas, que a atual presidente não tem mais esta capacidade.

No círculo do vice-presidente assegura-se que sua intenção não foi criticar a presidente nem se oferecer como alternativa aos que tramam o impeachment. Teria sido mais uma das frases que usou nas reuniões em que, pela primeira vez aparentando nervosismo, apelou a deputados, e depois a senadores, para que não aprovassem medidas que aumentassem as dificuldades econômicas, como o reajuste salarial que a Câmara começou a aprovar para algumas carreiras de servidores. Faltam os destaques, o que ainda pode evitar que se derrame mais este leite fiscal.

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Apesar destas explicações, a frase estimulou os que investem no impeachment de Dilma com a posse de Michel Temer, tese que já teria atraído inclusive o grupo de Aécio Neves, que apostava mais na impugnação de toda a chapa pelo TSE, situação que exigiria nova eleição presidencial em que o senador tucano voltaria a ser candidato. Mas neste caso, Lula também poderia concorrer.

Na marcha das conspirações, vale recordar o que já aconteceu esta semana e avaliar seu devido significado.

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1. Aproximação Serra-Temer – O senador tucano aproximou-se do PMDB e também do vice nos últimos tempos. Com Temer, Serra repete a tática que FHC utilizou com o então vice-presidente Itamar Franco quando o impeachment de Collor se delineou. Ganhando a confiança de Temer, Serra poderia tornar-se ministro da Fazenda de seu eventual governo, superar a crise e lançar-se a presidente com chance de êxito, como fez FHC. Estaria a História disposta a repetir-se como fato e não como farsa, contrariando conhecido filósofo?

2. Articulações Cunha-PSDB – O presidente da Câmara desmentiu a discussão que teria tido com tucanos na noite de segunda-feira sobre um rito alternativo para o impeachment. Mas a cogitação existe de fato: ele recusaria o pedido de abertura de processo apresentado pela oposição, que recorreria ao plenário, obtendo a tramitação do processo por maioria dos presentes. Depois, para abrir o processo, será preciso 2/3 dos votos, o que não é fácil. Mas como a base anda fazendo água, tudo é possível.

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3. Articulação Renan-PSDB – O jantar de terça-feira na casa do senador Tasso Jereissati, presentes Renan e alguns senadores do PMDB, Aécio e senadores tucanos, foi um avanço em direção à tese do impeachment com posse de Temer. A aproximação PSDB-PMDB com vistas ao futuro justifica a frase de Temer: ele formaria um governo de união nacional (PT fora, é claro) com o objetivo de “reunificar a todos” para vencer a crise.  Ou quase todos.

Junte-se a tudo isso a piora na avaliação de Dilma e do Governo, indicada pela pesquisa Datafolha. Depois de duas semanas de contatos com as bases e as ruas, aferindo a (im)popularidade do governo, os deputados voltaram à Câmara com o humor muito mais azedo. Isso ajuda a explicar as derrotas do governo nesta primeira semana.

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Este cenário, entretanto, reflete disposições políticas mas não ainda condições objetivas para um impeachment. Elas dependem ainda de duas agendas deste mês de agosto: as manifestações contra o governo no dia 16 (apoio popular, condições políticas) e a apreciação das contas de Dilma pelo TCU no dia 19 (condições jurídicas). Por isso tornou-se crucial para o governo tentar obter no tribunal um parecer pela aprovação, ainda que com ressalvas, com base nas explicações que já foram apresentadas.

Por isso a semana de 16 a 21 de agosto será uma Semana S para o Brasil.

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