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Antônio Carlos Silva

Coordenador da Corrente Sindical Nacional Causa Operária – Educadores em Luta e membro da direção nacional do PCO. Professor da rede pública do Estado de São Paulo.

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Importantes lições da greve dos entregadores

A mobilização mostrou – uma vez mais – que é necessário e possível lutar em meio à pandemia e superar a política de paralisia da burocracia sindical e da esquerda da frente ampla

São Paulo, SP. 01 de julho de 2020 greve dos entregadores de aplicativos, (Foto: Roberto Parizotti/Fotos Publicas)
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A combativa greve dos entregadores foi uma tremenda vitória, não é por outro motivo que os trabalhadores que estiveram à frente do movimento já anunciam uma nova data de paralisação, provavelmente nos dias 11 e/ou 12 de julho.

Diante disso, destaco algumas lições importantes da mobilização:

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  1. A greve mostrou que o caminho da mobilização é nas ruas e não se escondendo por trás da internet. A internet e as redes sociais são um complemento, uma ferramenta limitada de divulgação, nunca um substitutivo da mobilização dos trabalhadores nas ruas;
  2. A greve também mostrou à necessidade de promover atos de rua, públicos e de massa e não ações do tipo institucional. São precisos protestos efetivos e não e-mail ou telefonemas para “pressionar” o parlamentar “do seu Estado”. A greve pressionou mais do que milhões de e-mail, milhares de lives e tuitaços etc. e centenas de modorrentos discursos de parlamentares de esquerda e inúteis ações junto ao Ministério Público e Judiciário golpistas.
  3. jogou por terra a conversa fiada da burocracia sindical e de setores da esquerda de que não é possível mobilizar durante a pandemia. Impôs na prática, nas ruas a máxima dos explorados nos dias atuais: “se podemos trabalhar, podemos protestar“; 
  4. O movimento não brotou do nada. Trouxe à tona que os milhões de operários e trabalhadores das mais diversas categorias que perderam seus empregos (muitos deles sendo obrigados a trabalhar como entregadores), carregam consigo sua experiência de luta. Por isso, lançaram mão dos métodos próprios de luta da classe trabalhadora, como o bloqueio de avenidas, piquetes nas vias de grande concentração de trabalhadores, a imposição da vontade da maioria que está na luta sobre a minoria, nada mais  do que a expressão da verdadeira democracia operária. Como bem declarou um manifestante diante de um hesitante fura-greve: “ou é por nós ou é contra nós!”;
  5. A greve representou um duro golpe na paralisia dos setores da burocracia sindical e da esquerda em “quarentena”, enquanto os trabalhadores estão nos seus locais de trabalho ou perderam seus empregos. Ficou evidente que a mobilização de base dos entregadores, tem que avançar, passando por cima dos sindicatos cartoriais e das direções pelegas que nada fizeram para organizar a luta. Evidencia-se a necessidade de levantar a bandeira da constituição de um sindicato nacional que esteja amparado única e exclusivamente na mobilização, na luta e nas reivindicações da categoria; 
  6. Se opondo à tradicional política da burocracia de atos demonstrativos ou simbólicos, a vitoriosa greve já apontou  à necessidade de continuidade da mobilização. É necessário dar continuidade ao movimento e fazê-lo vitorioso.

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