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Daniel Samam

Daniel Samam é Músico, Educador e Editor do Blog de Canhota. Está Coordenador do Núcleo Celso Furtado (PT-RJ), está membro do Instituto Casa Grande (ICG) e está membro do Coletivo Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT).

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Impressões acerca do primeiro debate entre candidatos à Presidência da República

O colunista do 247 Daniel Samam destaca que "a polarização que tem sido a tônica da vida política brasileira desde 2014 ficou longe do primeiro debate com os candidatos à Presidência da República, organizado pela BAND na última quinta-feira (09)"; para ele, em um debate morno e sem a polarização esperada com o capitão-boçal, Geraldo Alckmin (PSDB) acabou sendo o mais acionado pelos outros candidatos, que trataram de lembrar e criticar o arco de alianças que o tucano conquistou nesta eleição"; "O saldo do debate é a evidência da mediocridade política que vivemos nos tempos atuais. E a ausência do Lula foi gritante", avalia

Impressões acerca do primeiro debate entre candidatos à Presidência da República (Foto: Kelly Fuzaro/Band | Stuckert)
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A polarização que tem sido a tônica da vida política brasileira desde 2014 ficou longe do primeiro debate com os candidatos à Presidência da República, organizado pela BAND na última quinta-feira (09). A expectativa para este primeiro embate era grande, não só pelo clima de tensão e incerteza que toma conta do país.

Havia expectativa que os candidatos que patinam nas pesquisas partissem para o ataque contra o capitão-boçal reformado do Exército e deputado federal nas horas vagas, Bolsonaro. No entanto, o que se viu foi um Bolsonaro "paz & amor" e pouco confrontado por todo o debate. No final, afirmou ser o único capaz de resolver os problemas do país.

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Sem a polarização esperada com o capitão-boçal, Geraldo Alckmin (PSDB) acabou sendo o mais acionado pelos outros candidatos, que trataram de lembrar e criticar o arco de alianças que o tucano conquistou nesta eleição - Alckmin será o candidato com mais tempo de TV, com aproximadamente 5 minutos.

Guilherme Boulos (PSOL) é um quadro de muito futuro, demonstrou uma lealdade louvável ao presidente Lula, mas caiu no erro infantil de setores da esquerda que gastam tempo de fala com pautas de costumes, fazendo trocadilhos moralistas como o "50 Tons de Temer" e gastam energia batendo em Bolsonaro - o Daciolo cumpriu esse papel de forma mais efetiva.

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Ciro Gomes (PDT) teve uma participação muito aquém do esperado, apesar de sempre afiado no debate da Economia, ponto alto e mais avançado de seu programa de governo, mas ainda com muita pecha de coronel ao repetir várias vezes "meu estado, o Ceará", quando cita os feitos de sua gestão.

Quando o assunto é economia, não há diferença entre os programas de Alckmin, Bolsonaro, Marina Silva, Álvaro Dias e Henrique Meirelles. Todos alinhados à agenda neoliberal de redução do papel do Estado como indutor do desenvolvimento. Evidencia o consórcio golpista de forma didática.

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Falando em Meirelles (MDB), o ex-ministro da fazenda do governo de plantão de Temer tentou capitalizar elogiando Lula diversas vezes por ter tirado 30 milhões de pessoas da miséria - nesta época, Meirelles era presidente do banco central.

Marina Silva (Rede) ao repetir algumas vezes uma frase de efeito: "não são os que criaram o problema que vão resolver o problema", mostrou que continua o mais do mesmo de 2014. Um deserto de ideias.

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Álvaro Dias (Podemos) é uma espécie de candidato representante da torcida organizada da Operação Lava Jato. Sem nenhuma proposta concreta para o país, deu uma ou outra estocada em Alckmin e Meirelles. Protagonizou um dos momentos ridículos do debate ao convidar publicamente o juizeco Sergio Moro para ser Ministro da Justiça caso seja eleito.

Coube ao candidato do partido Patriota, Cabo Daciolo, dar uma animada e roubar a cena do debate. Daciolo faz o tipo "doido de pedra", mas apresentou discurso e um projeto, diferente de Bolsonaro. Por exemplo, o argumento apresentado sobre soberania energética e o papel da Petrobras tava correto e prometeu reduzir os combustíveis em 50%. Com seu discurso num tom alucinado e caricato, roubou a cena e pode conquistar parte do eleitorado tão doido quanto do Bolsonaro. Passou a maior parte do debate afirmando ser ele o único entre todos a não representar a velha política. Saiu do debate causando furor nas redes sociais por conta da declaração biruta sobre a suposta criação da União das Repúblicas Socialistas da América Latina (Ursal) pelo Foro de São Paulo.

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O saldo do debate é a evidência da mediocridade política que vivemos nos tempos atuais.

E a ausência do Lula foi gritante.

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