Israel é a nova África do Sul

O governo brasileiro acertou na mosca quando, além de criticar a infame agressão israelense, chamou o embaixador para consultas. Falar em negociações de paz nesse momento é pura e inútil retórica. Netanyahu e sua gangue somente serão detidos se Israel for submetido ao mesmo cerco internacional que sofreu a África do Sul durante o apartheid, nos anos 70 e 80 do século passado. 

Em algum momento haverá cessar-fogo em Gaza, de um jeito ou outro. Mas os problemas de raiz, a ocupação colonial dos territórios palestinos e o estrangulamento da Autoridade Palestina, somente serão resolvidos se a direita sionista for enfrentada sem contemplação pela comunidade internacional. Enquanto isso, como faz há muitos anos, o ultrajante Bibi continuará ganhando tempo com promessas de acordo que jamais se cumprem. 

Apenas um cenário de máximo isolamento e pressão poderia forçar negociação verdadeira, tendo como objetivo a solução dos dois Estados. Nessas circunstâncias, forças judaicas sionistas e não-sionistas, a favor da paz, poderiam retirar Israel de seu papel atual, de Estado pária e fora-da-lei, governado por criminosos de guerra.