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Gilvandro Filho

Jornalista e compositor/letrista, tendo passado por veículos como Jornal do Commercio, O Globo e Jornal do Brasil, pela revista Veja e pela TV Globo, onde foi comentarista político. Ganhou três Prêmios Esso. Possui dois livros publicados: Bodas de Frevo e “Onde Está meu filho?”

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Já vivemos ditadura. Não querer ver é ser aprendiz de genocida

Para Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia, "as últimas movimentações do presidente da República demonstram, de uma forma muito clara, que ele já pôs em prática sua maior promessa de campanha: exterminar a democracia"

Jair Bolsonaro entrega boina à nova aluna durante formatura de catetes em Campinas (SP) (Foto: Isac Nóbrega/PR)
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Por Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia

As últimas movimentações do presidente da República demonstram, de uma forma muito clara, que ele já pôs em prática sua maior promessa de campanha, que é tentar exterminar, sem dó nem piedade, a democracia brasileira. Desde que assumiu o governo, que exerce torpe e inadequadamente, o tenente reformado e afastado do Exército por mau comportamento e perigo à Instituição, diga-se, vem consolidando, pari passu, seu grande plano de desgoverno que é fazer do País um gigantesco gabinete do ódio, sem espaço para “exotismos” como oposição, esquerda, direitos humanos, igualdade social, desarmamento e quejandos.

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A pandemia que marca a história da Humanidade serviu como uma luva para esses intentos do malsinado chefe da Nação eleito com os votos de incautos e mal intencionados. Começamos até bem, temos que reconhecer, o enfrentamento ao coronavírus. Tínhamos um Ministério da Saúde, bem ou mal. Tínhamos um ministro médico que ganhava apoio da população. Havia esperança e certo otimismo de vencermos essa guerra. Mas foram poucos dias. Logo, o presidente da “gripezinha” mostraria a que veio.

O ator principal do governo, o presidente da República, tinha outros planos para o País e para o seu povo. E tratou de pô-los em prática. Começou desmontando o que, bem ou mal, vinha dando certo: afastou o ministro da Saúde e desmantelou o ministério, que virou uma pasta militar. Ouviu os seus auxiliares mais insanos – a própria família dele à frente – e passou a defender tratamentos “precoces” ineficazes, implodindo uma política de imunização construída ao longo de décadas e que era referência mundial. Instituiu o negacionismo institucional. E – não tem como negar – contribuiu sobremaneira para o volume de mortos que a Covid-19 provoca no Brasil, dando ao país uma liderança criminosa e horrenda, no mundo todo.

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A maneira como o “mito” trata a pandemia firmou o Brasil como pária planetário. Faz tudo ao contrário do que a lógica e a ciência determinam. Não tem nenhum respeito da comunidade internacional. A política externa dele é uma piada sem graça, tocada por um ministro que é ridicularizado a cada ridícula aparição na mídia ou a cada intervenção desastrada nos eventos que se reúne a diplomacia global. Desestabilizou a população levando-a a um nível de desesperança e de miséria que parece coisa calculada e executada por uma política econômica ruinosa e desacreditada, hoje em dia, até pelo próprio presidente.

A etapa que vivemos nesse atual e lamentável governo é do autoritarismo indisfarçado. Retirou-se do baú a odiosa Lei de Segurança Nacional, penduricalho jurídico legado pela ditadura militar que a covardia do Legislativo, ao longo dos tempos, nunca ousou revogar. Em tempos de ensaio geral para a tirania, qualquer grupo de soldados da Polícia Militar, agora, “enquadra” na LSN qualquer crítico do governo federal. Tudo com o aval dos quadros e simpatizantes bolsonaristas – como o vereador filho do presidente que pensa ser mais que é – que exorbitam seus poderes e conseguem, acredite-se, o aval de ninguém menos que o ministro da Justiça.

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Nesse contexto, a palavra “genocida” virou a senha dos aliados do governo para dedurar opositores. Como se tratasse de uma mentira. O que está ocorrendo no Brasil, vamos combinar, é uma devastação populacional que já ceifou quase 300 mil vidas e que existe por causa do descaso com o qual a Covid-19 vem sendo tratada pelo governo federal. À revelia de quase todo o resto do mundo, da ciência e da razão. A não ser na cabeça do presidente, o governo fracassou redondamente no combate à pandemia.

Mas o governo errou por incúria? Por incompetência? Ou será que fez tudo de caso pensado? Se fez, o nome disso não é outro. Essa aberração que é o tratamento dado pelo governo à pandemia é o que gera, hoje, quase todas as críticas dirigidas ao presidente e o governo dele. É por conta disso que ambos são acusados pelo Tribunal Internacional. O uso da palavra “genocida”, para classificar quem responde pelas morte de multidões, é de domínio público. E cresceu ainda mais justamente após o governo, assumindo seu viés autoritário, passou a enquadrar abusivamente quem, fazendo coro ao país e ao mundo, chama o presidente de genocida,.

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Em tempo. Desse genocídio à brasileira, também pode ser acusado todo aquele que atrapalhou o combate à pandemia e ajudou a crescer o número de mortos. Estão no mesmo esgoto, além do governo e seu mandatário, os apoiadores do chamado “tratamento precoce” através de remédios ineficazes para combater a Covid-19 e que podem servir até para piolho, e só. A defesa dessas panaceias – em alguns casos, letais – e a prescrição por médicos inconsequentes, inclusive.

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