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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Janot quase matou Gilmar e a democracia

"Janot foi irresponsável ao extremo, somente pelo fato de quase ter chegado lá e se revela o oposto da imagem que cultivava e propagava: o de um sujeito calmo, íntegro, responsável", opina o jornalista Alex Solnik

(Foto: STF)
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - Fiquei estarrecido com a confissão do ex- PGR Rodrigo Janot. Só não deu um tiro na cabeça do ministro Gilmar Mendes, do STF, há dois anos, porque “o dedo paralisou”.   

Tinha elaborado o plano (o mataria na antessala do plenário), colocado a pistola na cintura, engatilhado a arma ao encontrar Gilmar, eles estavam sós, mas na hora H, amarelou. Alegou passar mal e foi para casa. 

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 Ele ia matar o desafeto por um motivo fútil: a suposição de que Gilmar espalhara que sua filha advogada trabalhava para a OAS, em represália à iniciativa de Janot de colocar Gilmar sob suspeita no caso Eike Batista devido à participação da mulher no escritório que defendia o empresário.   

Essa desavença, passível de ser resolvida de forma verbal ou na Justiça deu ensejo a uma situação que poderia ter tido graves consequências até mesmo para a democracia brasileira.    

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 Seria a primeira vez na história em que um ministro do STF seria assassinado pelo Procurador Geral da República, dentro do Supremo. O PGR, que deve proteger a sociedade contra os bandidos tornar-se-ia um assassino. Um delinquente da pior espécie. E que também se mataria.    

 “Cena de sangue num bar da avenida São João”... diz o samba de Paulo Vanzolini. O STF transformado num boteco de quinta categoria.    

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Os desdobramentos seriam imprevisíveis. Mas a República ficaria abalada. E nada garante que um governo frágil como o de Temer não seria atingido. Assassinatos políticos já foram estopins de rupturas da ordem democrática, como ocorreu em 1930.  Embora a coisa não tenha chegado aos finalmente, Janot foi irresponsável ao extremo, somente pelo fato de quase ter chegado lá e se revela o oposto da imagem que cultivava e propagava: o de um sujeito calmo, íntegro, responsável.    

Não era nada disso. Não tinha nenhuma condição de ocupar um posto tão relevante e delicado. O que faz pensar que uma sabatina de senadores não é suficiente para qualificar um indicado.   

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O episódio também mostra que 1) arma de fogo é instrumento de ataque e não defesa; 2) permitir o porte de armas expõe todos nós a riscos e 3) está na hora de instalar um detector de metais na entrada do STF.

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