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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Judicialização do poder derruba presidente escatológico que perdeu governabilidade e impõe semipresidencialismo tupiniquim

(Foto: Reprodução)
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Judicialização do poder; entra em cena semipresidencialismo na crise do novo coronavírus, comandada pela CPI do genocídio; A chamada na chincha - como diz o repórter Alex Solnik - do presidente escatológico Jair Bolsonaro pelo presidente do Supremo Tribunal Federal(STF), Luís Fux, para que ele se enquadre na lógica do respeito às instituições, como pressuposto básico do processo republicano, antes que seja enquadrado em crime de responsabilidade, representou o óbvio: o titular do Planalto perdeu controle da governabilidade.

A CPI do Genocídio produziu fatos políticos praticamente irreversíveis que levaram o presidente a bater de frente com a democracia, cujo preço inevitável será o impeachment dele; trata-se, apenas, de questão de tempo; o desespero dos e das depoentes na CPI, como a de Emanuela Medrades, responsável técnica da Precisa Mediamentos, envolvida em grossa corrupção, no Ministério da Saúde, misturando presidente, generais e sua base política, no Congresso, socorre-se, agora, do Supremo Tribunal Federal, para ficarem calados; evidencia-se medo e terror dos envolvidos no episódio tenebroso.

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SALVADOR DA PÁTRIA

Nesse sentido, Luís Fux virou salvador da pátria para Bolsonaro ao determinar que a depoente fique calada diante das indagações dos senadores, na CPI; caso não tomasse essa decisão e Emanuela fosse obrigada a falar, podendo cair em contradições, o destino de Bolsonaro estaria selado; tal perigo cresce a cada dia, pois a CPI está com todas as cartas nas mãos para levar o titular do Planalto ao impeachment.

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Os congressistas tendem, nesse ritmo, fazer pressão irresistível sobre presidente da Câmara, deputado Arthur Lira(PP-PP), visto que estão, também, sob a mesma pressão das suas bases eleitorais; o termômetro de Lira, agora, são os seus pares; estes o levariam até o túmulo, mas resistiriam a cair lá dentro, com ele; como não se espera seu suicídio, fugirá da cova como o diabo da cruza.

GOVERNO TRIPARTE, NOVO PODER

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Com possibilidades amplas de o impeachment avançar, o comportamento do presidente Bolsonaro se tornou inadequado do ponto de vista das instituições, que se desmoralizam quanto mais ele fala, sem controle do raciocínio e da língua; por isso, a recomendação do presidente do STF favorável ao governo tripartite, com os três poderes se responsabilizando, igualmente, pela governabilidade, deixa claro que está nas cordas; perdeu condições de exercitar, soberanamente, sua tarefa institucional.

A declaração do vice-presidente, general Hamilton Mourão, nesse contexto, foi de completo alívio para o próprio Bolsonaro que, como saco vazio, não para mais em pé: " É bom que sentem, conversem e baixem a bola', disse Mourão sobre reunião dos três poderes; foi batida de martelo quanto ao reconhecimento explícito de que o presidente perdeu capacidade de governar; está em cena, portanto, aliança entre Executivo, Judiciário e Legislativo, para evitar que a vaca vá para o brejo.

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JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA E A NOVA GOVERNABILIDADE

A tacada política de Fux evidencia, mais uma vez, a judicialização da política brasileira; o STF deu um basta não só na escatologia bolsonarista, mas, também, nas agressões aos ministros do Supremo e do Congresso; semana passada, Bolsonaro chamou o presidente do TSE, Luís Barroso, de idiota, por defender, como comandante do processo eleitoral, o sistema de votação eletrônica; agrediu, da mesma forma, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco(DEM-MG), ao ameaçar não aceitar resultado das eleições, se não for adotado o voto impresso; sem ele, haveria, segundo o titular do Planalto, fraude eleitoral; aos dois presidente dos poderes legislativo e judiciário, as declarações de Bolsonaro significaram tapa na cara de democracia.

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COMEU MOSCA MAIS UMA VEZ

Pacheco não foi ágil o suficiente para sair em defesa do processo democrático; primeiro, engoliu seco nota das Forças Armadas contra a CPI cujo presidente, senador Omar Aziz(PSD-AM) criticou o que considera parte podre das três forças envolvida na corrupção do comércio de vacinas, que se transformou em escândalo mundial; configurou-se, no ambiente corrupto, aliança entre Bolsonaro e os generais; precisou Aziz chamar na chincha, repetindo Solnik, o ministro da Defesa, general Braga; somente no dia seguinte, Pacheco reagiu; da mesma forma, Pacheco, abalado pelo destempero verbal do Bolsonaro, foi ultrapassado por Luís Fux, que não engoliu as agressões bolsonaristas. O presidente do STF posiciona-se, portanto, como o poder que salva a política das agressões, enquanto o chefe do Legislativo mostrou-se acanhado na tarefa que, politicamente, lhe caberia.

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MODERADOR DA REPÚBLICA

O fato é que Fux judicializou, mais uma vez, o processo político e, agora, fazendo chamamento aos três poderes, coloca-se como o moderador entre Legislativo e Executivo em choque, com apoio do vice-presidente Mourão; a nova governabilidade, por sua vez, está sob tensão dos passos da CPI que comanda, de forma incontrastável, o processo político; dessa responsabilidade, ela não pode nem quer, é claro, jamais se afastar, porque a sociedade lhe cobra, dia e noite, as mortes de mais de 530 mil vítimas da política do desleixo comanda. A CPI está exposta à maior carga midiática que a tornou indispensável. Já o (anti)presidente e sua base política no Congresso, desmoralizada pelo Centrão, conivente com o genocídio bolsonarista, entrou em desgraça.

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