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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Julgamento no STF marca a libertação da Corte

Para Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia, ontem "foi o dia em que o Supremo Tribunal Federal marcou a sua libertação. Das ameaças do Villas Boas, do listão dos 43 senadores, da opinião daqueles comentaristas de sempre, da pressão da opinião pública e da soberba de que pode, à revelia, legislar"

(Foto: Reuters | Lula Marques | ABr)
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia - O momento histórico que estamos vivendo caminha a passos largos e já aponta para análises da pós prisão de Lula. Como será a sua vida? De que forma vai influir na política? Estará mais conciliador? Vai se aproximar mais das questões de fundo do povo brasileiro, e com isto retomar um trabalho de conscientização dos menos favorecidos, de forma a chamá-los para reivindicações justas e necessárias? São perguntas que pululam em todas as colunas e lives. 

Porém, gostaria de voltar ao julgamento para chamar a atenção para um ponto. Ontem foi o dia em que o Supremo Tribunal Federal marcou a sua libertação. Das ameaças do Villas Boas, do listão dos 43 senadores, da opinião daqueles comentaristas de sempre, da pressão da opinião pública e da soberba de que pode, à revelia, legislar, enxertando na Constituição Federal que juraram defender, “cacos” que os permita fazer política, quando na verdade devem fazer Justiça. E juraram por uma Constituição, para a qual até aqui permaneceram de costas. Não a reconhecer, nesta questão fundamental para os direitos individuais, seria instalar no país um clima de tremenda fragilidade jurídica.

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O ministro Toffoli, até então refém de conceitos “punitivistas” - como bem ressaltou ao 247 a professora Liana Cirne Lins, do Departamento de Direito Público Geral e Processual da Faculdade de Direito do Recife -, pulou a janela. Escapou. Não só dos seus conceitos, mas também do general Fernando Azevedo e Silva, que de dentro do seu próprio gabinete da presidência, devia fazer cara de pai severo a cada tentativa de Toffoli de rever posição. 

O ministro Toffoli e seus colegas de Corte – com exceções, tais como a gélida Carmem Lúcia que, ainda bem, fez um voto curto e nos poupou de justificativas frouxas – rasgaram o verbo contra o “espetáculo” da lava-Jato, de quem parecia serem reféns até ontem. Desfizeram laços tecidos pelas páginas dos jornais, criticaram o jogo que até então toparam e, diga-se de passagem, só foi possível romper graças ao jornalista Glenn Greenwald. Em seus votos, os ministros destacaram o quanto se decepcionaram com o que leram sobre a força-tarefa, no The Intercept Brasil. 

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Foi simbólico – armado ou não – o sopapo sofrido por Glenn, vindo do vetusto Augusto Nunes. Demonstrou para todo o país a que ponto chegamos quando os radicais acham que podem tudo. Não podem. Há limites. E o limite é a lei e o empenho de jornalistas responsáveis e coerentes no fazer do seu trabalho. Glenn nos libertou a todos e ao Supremo, que pode ver um Toffoli emocionado, falar em dores ignoradas e represadas. Falta serem céleres em estancar logo a dor de Lula, restituindo-lhe a liberdade e a de todos que torcem por sua libertação. 

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