Junior não é tucano
Junior quer ser, digamos, a Marina de calças e com os sinais trocados, e usar a metade de direita da sociedade, que já rechaçou os tucanos como alternativa, vide Bolsonaro encostar em Lula nas pesquisas como segundo colocado, para, por meio de sua relação com o mercado, obter a bênção para ser não a Marine Le Pen tropical, mas o Macron tropical
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Neste início de semana, analistas políticos começaram a especular que a velha guarda tucana inicia um emparedamento de Doria, o prefeito Junior de São Paulo.
Ocorre que Junior não precisa ser candidato a presidente pelo PSDB. Ele disputa o eleitorado da antipolítica e do antipetismo com Jair Bolsonaro (e Sergio Moro, Dallagnol et caterva).
Por isso, tem atacado Lula e até líderes tradicionais de seu partido com o linguajar e bandeiras dos proceres daquelas manifestações pela deposição de Dilma (lembram? ), que seguem vivos nos comentários de portais e grupos de Facebook na Internet.
Doria polariza com Lula nestes termos e já cresceu até os 13%, só não tem o recall de Bolsonaro, mas seu real tamanho em potencial o tempo irá dizer melhor.
Pode, inclusive, compor com o deputado do Rio de Janeiro na cabeça, na vice ou como cabo eleitoral, em organizações como o tal partido Novo ou o Muda Brasil.
O que ele vem disputando é a base social da Lava Jato, com relativo sucesso até aqui. E seu melhor bônus é estar bem avaliado em São Paulo, o que vem sendo o caso.
E é possível que arraste parte da nova geração tucana consigo, caso realmente perca espaço no ninho, cujos patriarcas estão queimados pela operação Lava Jato e já se encontram atrás dele nas pesquisas.
Quem quiser entender o Junior não pense com o léxico da racionalidade política tradicional. Muito menos, busque explicar ele nos marcos do PSDB.
Junior quer ser, digamos, a Marina de calças e com os sinais trocados, e usar a metade de direita da sociedade, que já rechaçou os tucanos como alternativa, vide Bolsonaro encostar em Lula nas pesquisas como segundo colocado, para, por meio de sua relação com o mercado, obter a bênção para ser não a Marine Le Pen tropical, mas o Macron tropical.
O líder francês é um "exterminador" de geração posterior a Donald Trump, para fazer analogia com o famoso blockbuster.
Como farsa, claro, pois ele é a extrema-direita do establishment, a tentar se travestir em pele de outsider.
Não o subestimem. Junior é um perigo bem maior do que Jair Bolsonaro porque é viável, capaz de enganar o centro.
Mas, também se considere outra hipótese: estar pondo a cara a tapa, acumulando o diálogo com esta base para, na hora certa, tentar direciona-la a Alckimin.
Qualquer modo, não tem nenhum compromisso com o PSDB "histórico".
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