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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Justiceiros não dormirão até Lula ficar de fora do pleito

"Lula agora é, oficialmente, candidato à Presidência da República nas eleições de outubro. O registro da sua candidatura, no entanto, infelizmente não garante a sua presença na corrida sucessória porque as leis, hoje, no Brasil, não são respeitadas nem mesmo pela própria Justiça", escreve o colunista Ribamar Fonseca; "Uma coisa, porém, deve ficar bem clara na cabeça de todos, inclusive dos que trabalham para impedir Lula de concorrer nas eleições de outubro próximo: o maior beneficiário com a sua ausência do pleito chama-se Jair Bolsonaro", afirma

Justiceiros não dormirão até Lula ficar de fora do pleito (Foto: Stuckert)
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Lula agora é, oficialmente, candidato à Presidência da República nas eleições de outubro. O registro da sua candidatura, no entanto, infelizmente não garante a sua presença na corrida sucessória porque as leis, hoje, no Brasil, não são respeitadas nem mesmo pela própria Justiça. E a conspiração dentro do Judiciário para torna-lo inelegível movimentou, imediatamente, a engrenagem destinada a barrá-lo. Cumprindo o seu papel como representante do golpe no Ministério Público, a procuradora geral da República, Raquel Dodge, pediu logo a impugnação da candidatura do ex-presidente quase no mesmo instante do registro, revelando invejável eficiência quando se trata do petista, a exemplo do que aconteceu quando o desembargador Rogério Favreto mandou soltá-lo.   Se ela atuasse com a mesma velocidade nos casos de Temer e tucanos provavelmente o presidente golpista e Aécio Neves há muito estariam na cadeia. Mas ao contrário dos ministros nomeados por Lula e Dilma, ela sabe corresponder à confiança que Temer lhe depositou ao nomeá-la para a PGR.

Apesar de liderar a corrida ao Planalto, segundo as pesquisas de intenção de votos, e de ter o registro da sua candidatura solicitado por milhares de trabalhadores que compareceram ao TSE – fato inédito na história política do país – os ministros nomeados por ele e Dilma para o Supremo e que presentemente assumiram assentos na Corte Eleitoral já se mostram dispostos a impedi-lo de concorrer. A ministra Rosa Weber, hoje na presidência do TSE, e os ministros Luis Barroso e Edson Fachin, inimigos gratuitos do ex-presidente reconhecidos por seu comportamento nos julgamentos do STF, já estão segurando o porrete só esperando o processo chegar às suas mãos. Embora o pretexto do seu enquadramento na Ficha Limpa seja uma farsa, porque a sua condenação foi uma farsa na primeira e segunda instâncias, eles pretendem justificar a sua inelegibilidade precisamente por conta daquela lei que, no entanto, não vale para os deputados Heráclitos Fortes e João Rodrigues, ambos condenados mas liberados pela própria Justiça para concorrer à reeleição. Rodrigues, inclusive, estava preso na Papuda.

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O fato é que, além da procuradora de olhos azuis, fala mansa e sentimentos persecutórios, muita gente apavorada diante da perspectiva de vitória de Lula vai, também, pedir a impugnação da candidatura dele. O primeiro, depois de Dodge, a ingressar no TSE com um pedido semelhante ao dela, inclusive com os mesmos argumentos, foi o deputado Jair Bolsonaro, o candidato da extrema direita, que tem consciência de que não chegará ao Palácio do Planalto com Lula no páreo. Na verdade, todos os concorrentes do líder petista sabem que não conseguirão vencê-lo no voto, em eleições livres e limpas, e, por isso, querem alijá-lo da disputa. E ainda se dizem democratas. Acreditam que sem o ex-presidente na sucessão terão chances de ser eleitos. Esquecem, porém, que, segundo as pesquisas, Lula transfere com alguma facilidade seus votos para quem indicar como seu substituto, o que significa que toda essa lambança para impedi-lo de chegar ao poder terá sido em vão. Haddad será Lula na Presidência da República. 

Os adversários do ex-presidente, revelando o temor de que ele possa disputar o pleito e ser eleito, estão queimando as pestanas em busca de artifícios que possam encurtar os prazos para antecipar a sua inelegibilidade, de modo a que consigam alguma tranquilidade. A procuradora Dodge já fez esse pedido e o ministro Barroso quer urgência na definição do relator dos processos de impugnação.  Quando se trata de prejudicar Lula todo mundo tem pressa. Com tanta gente no Judiciário atuando contra o líder petista, além da mídia golpista e alguns dos seus concorrentes, entre eles o ex-ministro Ciro Gomes, tudo indica que ele, apesar do apoio do povo, não conseguirá ultrapassar essa enorme barreira que não respeita sequer a Constituição.  Terá, então, de oficializar a candidatura de Fernando Haddad, tendo Manuela DÁvila como candidata a vice, cedendo ao ex-prefeito paulista o lugar que hoje ocupa na corrida sucessória. E todos os seus adversários terão de engoli-lo, com as consequentes indigestões, porque não têm do que acusa-lo para a criação de uma nova farsa.

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Enquanto, porém, não houver uma decisão da Corte Eleitoral quanto a legalidade ou não do registro, Lula é candidato e, como tal, tem todo o direito de participar dos debates em qualquer emissora de televisão ou outro local. Desse modo, ele teria de ser liberado do cárcere de Curitiba para participar dos debates, a não ser que outra vez o juiz Moro e os desembargadores Thompson Flores e Gebran Neto ordenem à Policia Federal para impedir a sua saída. A ONU já determinou que ele tem todo o direito de participar da campanha e dos debates, mas o ministro Sergio Banhos, do TSE, ignorando a Legislação, negou a presença dele no debate desta sexta.  Não adianta.  Os justiceiros do Judiciário farão qualquer coisa para impedi-lo de participar de qualquer debate, porque todo mundo sabe que, com um microfone na mão, ninguém consegue superá-lo:   ele vai dar uma surra nos concorrentes e ampliar a sua preferência.  De qualquer modo, não há dúvida de que, até uma definição do TSE, vão abrir fogo de todo lado contra ele, sem faltar nem mesmo a provável manifestação dos generais de pijama.

Uma coisa, porém, deve ficar bem clara na cabeça de todos, inclusive dos que trabalham para impedir Lula de concorrer nas eleições de outubro próximo: o maior beneficiário com a sua ausência do pleito chama-se Jair Bolsonaro. Sem Lula ele cresce nas pesquisas e já começa e ter as simpatias das classes empresariais, que não mais escondem sua decepção com o tucano Geraldo Alkmin, estacionado no mesmo lugar. Diante das pesquisas, não se pode subestimar o risco do ex-capitão ser eleito, o que será uma verdadeira hecatombe, cujo primeiro efeito é a entrega do Brasil na bandeja para Donald Trump. Bolsonaro, que já se reuniu com o embaixador norte-americano em Brasília, é favorável às privatizações e, também, à entrega de Alcântara para a construção de uma base militar do Tio Sam. Como, porém, dizem que Deus é brasileiro, tomara que isso seja verdade e Ele não permita semelhante desastre.

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