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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Legado da UFRJ ameaçado

A esperança é que os movimentos estudantis conseguiram movimentar mentes e corações ao longo da história e pode nesse momento reverter à situação que está por um fio. E interessa para o governo a continuidade da pandemia para que não haja manifestações públicas e que possam passar o máximo de boiada possível

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Fui cria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Lá fiz dois cursos de graduação com muito orgulho. Na minha primeira passagem aproveitei bastante tudo que a universidade podia me oferecer, tanto no aprendizado como aulas como ouvinte em vários cursos, fui monitor de história da arte e pesquisador do CEG; assim como me diverti jogando bola às sextas e socializando, participando de encontros nacionais pelo Brasil e fazendo esporte. Já em minha segunda passagem, tive a oportunidade de ser mais profundo nos estudos e que me deu chance de uma pós-graduação com mais embasamento. Nesses períodos, sempre era visível a falta de recurso que a UFRJ sofria para o seu desmonte. Já tivemos períodos de greve por recursos tanto de salários quanto para problemas básicos do prédio. 

O desmonte de uma universidade de qualidade em 100 anos é frequente para uma política de mudança de valores. Transformar uma escola pública em particular, povoa a mente de conservadores faz décadas e tratam essa mesma escola com descaso propositadamente para um discurso de ineficiência. Mesmo desta forma, a UFRJ segue sendo uma das melhores da América Latina. Temos uma das poucas oportunidades no mundo com ensino de alta qualidade de forma gratuita e democrática funcionando a trancos e barrancos. Mas isso incomoda os que tratam o ensino com descaso. O capitalismo em que essas mesmas pessoas acreditam, só serve tendo uma população subalterna sem educação e uma elite podendo ter acesso ao ensino e viagens ao exterior.

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Agora fechar a universidade, não significa apenas fechar o ensino superior, como figuras tal qual Abraham Weintraub preconizam, sob alegação de apenas ser um antro de drogas. Fechar a universidade significa fechar também hospitais federais, unidades de saúde, museus, laboratórios, bibliotecas, tecnologia a serviço da sociedade e nesse momento de pandemia; pesquisas de vacinas totalmente nacionais. O tsunami de problemas nunca chegou a um nível de irresponsabilidade nesse montante. E não se trata apenas da UFRJ, mas de todas as universidades, institutos e escolas federais. O tamanho do problema é traduzido olhando de uma forma mais abrangente. A UFRJ com problemas de verba, censo 2021 em perigo, Ibama desmontado, falta vacina, oxigênio, leitos, testes e onde Bolsonaro gasta 3 bilhões de dinheiro público? 

Nesse momento, vemos esse sucateamento cada vez mais claro na nossa frente sem possibilidades de mudança, afinal, qual presidente teve mais de 140 pedidos de impeachment sem uma análise? Arthur Lira comentando que não existe clima para analisar um desses pedidos. Se 156 pedidos, feitos por inúmeros diferentes setores da sociedade, não é motivo, o que seria? Enquanto lutamos por um auxílio emergencial digno o povo passa fome e o presidente exibe picanha a R$ 1.799 o quilo. Podíamos esperar uma manifestação do ministro da economia que se formou em universidade federal (UFMG), estudou em Chicago financiado pelo Estado, mas Paulo Guedes prefere fazer vista grossa.

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A esperança é que os movimentos estudantis conseguiram movimentar mentes e corações ao longo da história e pode nesse momento reverter à situação que está por um fio. E interessa para o governo a continuidade da pandemia para que não haja manifestações públicas e que possam passar o máximo de boiada possível. Não é um momento exclusivo, mas de 2015 para os dias atuais, o corte foi muito dramático. 

Em memória ao Decreto 14.343 assinado pelo então presidente Epitácio Pessoa, oriunda da criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho criada em 17 de dezembro de 1792 no reinado da rainha portuguesa Dona Maria I e a Faculdade Nacional de Medicina, criada em 2 de abril de 1808 pelo príncipe regente Dom João VI, diga ao povo que a UFRJ fica!

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