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Ricardo Cappelli

Ricardo Cappelli é secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília e foi presidente da União Nacional dos Estudantes

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Liberdade de Lula reforçará saída “Medvedev”

"Qual seria o impacto de um candidato anunciar, no dia do seu lançamento, que seu primeiro ato, no dia 1° de janeiro de 2019, será nomear Lula Ministro Chefe da Casa Civil?", questiona o jornalista e colunista do 247 Ricardo Cappelli, ao mencionar o episódio envolvendo o ex-presidente russo Dmitri Medvedev, do qual Vladimir Putin foi 1º Ministro; "O recado seria claro. Uma eleição indireta para a Presidência da República. "Votem em mim" e estarão reparando uma injustiça e colocando Lula novamente no Palácio do Planalto. Setores da sociedade ficariam com a sensação de estar sendo ludibriados. A temperatura no país bateria no teto"

Liberdade de Lula reforçará saída “Medvedev” (Foto: Rafael Ribeiro)
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Se a conjuntura permitir que você lance um ataque contra um inimigo mais forte, seja impiedoso, destrua-o. Se falhar, seu contra ataque pode ser mortal.

Se o STF, respeitando a constituição, conceder o habeas corpus a Lula, a perseguição impiedosa ao ex-presidente terá alcançado um ponto de equilíbrio até o desfecho eleitoral. O líder petista estará condenado, inabilitado para disputa, mas livre para percorrer o país em campanha.

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Se a prisão pode gerar insegurança em parte do eleitorado que o apóia, o habeas corpus reforçará o sentimento de injustiça, fortalecendo-o. Um fato que tende a empurrar a disputa para os pólos.

Por um lado, a narrativa de que existe uma caçada santa ao pai dos pobres, presidente mais popular de nossa história. Por outro, o discurso de que um acordão foi construído, que a política e as instituições estão podres, terreno onde Bolsonaro, a negação do sistema pela direita, nada de braçada.

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A liberdade de Lula fortalecerá a tese de que o candidato da esquerda deve ser indicado por ele. Se for corretamente construída, pode dar certo.

Lembram de Medvedev na Rússia? Putin foi seu primeiro ministro. Uma dobradinha arquitetada pelo ex-agente da KGB.

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Já tendo sido eleito e reeleito, o líder russo escolheu Medvedev para "sucedê-lo". Um jogo combinado que manteve, na prática, Putin no poder.

Qual seria o impacto de um candidato anunciar, no dia do seu lançamento, que seu primeiro ato, no dia 1° de janeiro de 2019, será nomear Lula Ministro Chefe da Casa Civil?

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O recado seria claro. Uma eleição indireta para a Presidência da República. "Votem em mim" e estarão reparando uma injustiça e colocando Lula novamente no Palácio do Planalto. Setores da sociedade ficariam com a sensação de estar sendo ludibriados. A temperatura no país bateria no teto.

Se estiver atrás das grades esta construção será muito difícil, bastante improvável. Em liberdade pode funcionar.

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Os acontecimentos podem trazer de volta ao tabuleiro o "carioca-baiano" Jaques Wagner. Uma jogada como essa exigiria a escolha de alguém experiente, com inteligência política e muito jogo de cintura.

Políticos fracos costumam se cercar de assessores medíocres. Escolhem pessoas que só lhe digam amém. Não toleram qualquer divergência. Escondem a fraqueza atrás do autoritarismo. Inseguros, morrem de medo de qualquer sombra.

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Políticos fortes cercam-se dos melhores. Vão atrás deles. Querem inteligência e capacidade crítica por perto. Estão interessados é na manutenção do poder. Vaidade é coisa de principiante.

A eventual presença de Lula na campanha até o limite "tamponará" definitivamente os demais candidatos, como reconheceu corretamente Ciro Gomes. Na TV, nas ruas e candidato até 20 dias antes do pleito, Luis Inácio será um verdadeiro tampão nas pretensões dos demais candidatos que sonham ocupar a mesma faixa eleitoral.

Sua presença em alguns palanques pode ser decisiva.

Aumentarão as chances dos conservadores brasileiros terem que escolher o fanfarrão fascista como alternativa. Com o maior cabo eleitoral do país nas ruas, as chances de vitória da esquerda aumentam consideravelmente.

Não está claro que este é o melhor caminho para o triunfo do campo popular e democrático. Mas, se a vitória no STF vier, será muito difícil convencer o ex-presidente ou o PT do contrário.

Aguardemos o dia 4 de abril. Uma coisa é certa. A instabilidade continuará altíssima. Emoção não vai faltar.

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