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Nilto Tatto

Nilto Tatto é deputado federal pelo PT de São Paulo. É presidente da Frente Parlamentar Mista Ambientalista do Congresso Nacional e desempenhou o papel de coordenador da bancada de esquerda na CPI do MST.

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Lula e Marielle: a democracia é o alvo

De um lado, uma justiça parcial e tendenciosa condena uma liderança política sem provas, apenas por convicção. De outro, uma vereadora é assassinada no Rio de Janeiro, ao que tudo indica, por denunciar a truculência e as violações de Direitos Humanos praticadas pelas forças de segurança no contexto da intervenção federal naquele Estado

De um lado, uma justiça parcial e tendenciosa condena uma liderança política sem provas, apenas por convicção. De outro, uma vereadora é assassinada no Rio de Janeiro, ao que tudo indica, por denunciar a truculência e as violações de Direitos Humanos praticadas pelas forças de segurança no contexto da intervenção federal naquele Estado (Foto: Nilto Tatto)
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Para vergonha da nação, dois acontecimentos recentes deixaram o mundo estarrecido e geraram manchetes em jornais de vários países. De um lado, uma justiça parcial e tendenciosa condena uma liderança política sem provas, apenas por convicção. De outro, uma vereadora é assassinada no Rio de Janeiro, ao que tudo indica, por denunciar a truculência e as violações de Direitos Humanos praticadas pelas forças de segurança no contexto da intervenção federal naquele Estado.

Lula, na condição de réu e sob risco iminente de prisão, com amplo apoio popular e nos meios acadêmicos jurídicos, reage, resiste, luta. Já Marielle, infelizmente, morreu em razão da sua atuação militante que incomodava alguns. No entanto, permanecem vivos, como exemplo para todos nós, sua luta pelos ideais e causas junto aos movimentos sociais, por justiça e defesa dos direitos humanos. Perda irreparável, nada traz de volta uma vida ceifada de maneira tão vil.

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A maioria da população, revelam as pesquisas, já percebe os abusos, transgressões e atuação tendenciosa de uma justiça que, em nome de suposto combate a corrupção, toma decisões seletivas, direcionadas. Mas foi preciso custar uma vida para que se olhasse com a devida atenção para a afirmação de um certo general, que impôs como condição para dispor a tropa à intervenção no RJ, a certeza de que não haveria, posteriormente, uma outra Comissão da Verdade para apurar eventuais atos abusivos.

Tanto no caso LULA como no trágico assassinato de Marielle, apesar dos métodos distintos entre si, quem está verdadeiramente na mira é a democracia brasileira. Seja por meio de uma nefasta decisão judicial que não se sustenta por absoluta falta de provas, seja pela truculência do crime que covardemente tira uma vida, os mentores e autores dessas barbáries pretendem, a partir dessas duas lideranças como exemplo, tornar claro que vivemos uma “democracia relativa”, como dizia um outro general em outro triste período da história do nosso país.

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O conglomerado (PSDB, PPS, MDB/Temer etc ao lado da grande mídia – Globo à frente – e o grande capital empresarial), que hoje governa o país, sabe que para levar adiante seus objetivos de acabar com direitos duramente conquistados pela população e para avançar em sua sanha entreguista de nossas riquezas (petróleo, Amazônia e até reservas de água doce) ao capital estrangeiro, precisa tirar do caminho lutadores como o ex presidente LULA e a vereadora Marielle. E para isso não há limite, tanto pode ser uma prisão injusta como um covarde assassinato.

Alguns, incautos, podem imaginar que adoto a simplista teoria da conspiração, mas nossa história recente aponta que caminhamos para o Estado de exceção, diante de tantas prisões sem fundamento jurídico legal e, principalmente, com o crescente número de assassinatos de lideranças políticas e dos movimentos sociais, a partir de 2016. Ao lado disso, em claro sinal de compromisso zero com a democracia, as invasões em universidades e o cerceamento, com métodos violentos, do direito à manifestação, a exemplo do ocorrido na Capital paulista, com a agressiva atuação da GCM contra o funcionalismo paulistano.

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Já não têm o menor pudor em vilipendiar e rasgar a Constituição, que este ano completa três décadas. Diga-se, aliás, triste ironia: na pessoa de Ulisses Guimarães, o MDB se notabilizou como grande protagonista de sua promulgação, em 1988. Agora, esse mesmo MDB, na pessoa do nefasto Michel Temer, comanda o processo de destruição da Carta Magna brasileira. Estamos, infelizmente, a caminhar a passos largos para um retrocesso político, social e econômico, cujo tamanho do abismo sequer conseguimos ainda dimensionar, visto que essa turma não tem limite para o caos que constrói dia a dia.

Muito se debateu acerca da intervenção militar no Rio de Janeiro. Sob argumentos diversos, tem destaque a falta de preparo do Exército e, inclusive, o prenúncio de uma ação que transfere para os militares o poder de fato, haja vista que outros órgãos da União já estão sob seu comando, e caberia àquele conglomerado o papel secundário de garantir a aparência de democracia.

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De novo, a tese da conspiração. Mas se somarmos essa açodada e inconsequente intervenção, mais as ações de setores do Poder Judiciário que insiste em não prezar pelo seu papel e reponsabilidade de fazer valer a Constituição, com um Legislativo que, hoje, beira o bizarro diante de tamanha submissão e um Executivo sem qualquer legitimidade política e moral, chegamos à conclusão de que a democracia corre sério risco diante de uma balburdia institucional sem prescendentes em nossa história. Lula e Marielle são símbolos desse momento de desordem e pregresso.

 

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