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Helena Chagas

Helena Chagas é jornalista, foi ministra da Secom e integra o Jornalistas pela Democracia

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Lula foi inocentado para o grande público

"Não é preciso sequer recorrer ao simbolismo para entender que estamos diante de um fato político consumado. Aos olhos do grande público, Lula acaba de ser inocentado", escreve Helena Chagas, do Jornalistas pela Democracia

Lula (Foto: Rafael Ribeiro)
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Por Helena Chagas, para o Jornalistas pela Democracia

Quem gosta de firula jurídica é advogado e jornalista. É claro que, para o ex-presidente Lula, teria sido muito melhor ter sua condenação anulada por uma decisão da Segunda Turma do STF que decretasse a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro em seu julgamento. Estaria formalmente inocentado, com o discurso da perseguição do ex-juiz na ponta da língua para a eleição de 2022. Mas quem disse que, tendo as sentenças anuladas pela canetada “processual” de Edson Fachin – que  queria mesmo era salvar Sergio Moro – Lula não vai passar ao país a percepção de ter sido injustiçado? 

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Fiquei assistindo ontem à noite ao malabarismo dos noticiários para dar, ao mesmo tempo, a retumbante notícia de que Lula não é mais condenado e volta a ser elegível, e tentar mostrar ao público que não, ele não foi inocentado. Tecnicamente, não foi mesmo. Mas um juiz que, de uma vez só, anula duas sentenças e leva quatro processos contra um cidadão à estaca zero ou próximo disso – estaca 1, digamos assim -, está fazendo o quê? Está dizendo, sim, que o sujeito não é mais um condenado, sequer um réu. Ou seja, não é culpado.

Não é preciso sequer recorrer ao simbolismo para entender que estamos diante de um fato político consumado.  Aos olhos do grande público,  Lula acaba de ser inocentado. Por mais que mídia tente relembrar acusações, mostrar imagens do sitio e do triplex, dizer que o novo juiz federal de primeira instância pode ser um “the flash” e julgar Lula correndo para resgatar sua inelegibilidade antes da eleição, vai ficar difícil acreditar. Assim como é pouco provável que o plenário do STF revogue a decisão de Fachin — jogando novamente na berlinda o julgamento da suspeição de Moro. 

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Ninguém vai devolver a Lula os 580 dias que ele passou na cadeia, e nem é possível retroceder no tempo e pegar uma candidatura à presidência da República do momento em que ela foi cassada, reescrevendo a história. O ex-presidente retoma sua trajetória de um outro ponto. Mas engana-se quem ainda acha que pode tirar Lula da cédula com base nessas acusações. Tanto quanto quem acredita que Edson Fachin conseguiu salvar a Lava Jato com sua manobra.  

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