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Paulo Pimenta

Deputado federal pelo PT-RS

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Mais democracia, e não menos!

Este é o momento de pararmos genocídios e juntos caminharmos por um Brasil propositivo, que cresça com participação efetiva da população em nossa política, mas sem que se plante o caos, pois dele só nasce lama

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Os ciclos que compõem a atividade política podem ser atualmente divisíveis em lícitos e ilícitos, públicos e espúrios, benéficos e letais, e não são de pleno conhecimento público. Vez ou outra, por denúncias e investigações, ou por iniciativas que ampliam a participação popular, é dada aos cidadãos a chance de conhecer as entranhas ou participar propositivamente da vida política. Conhece-se a parte mais condenável da política nacional ou, por outro lado, tem-se a possibilidade de fazer da política o que ela deve ser: campo de ideias, debates, divergências e consensos.

Há ainda a inação, optar por abster-se do processo, algo tão letal e danoso quanto as entranhas da má política, que tem seduzido a população ao longo de anos. É justamente a inação, o não falar do âmbito político das coisas, que gera o jovem incapaz de reconhecer a boa política por trás de sua bolsa de estudos em uma universidade privada e a expansão de vagas em universidades públicas no País, ao longo desses últimos 12 anos. É também a inação que faz serem naturalizadas as conquistas sociais de uma década, ignorando os méritos de quem as propicia e as escolhe praticar e promover. Não, elas não são naturais, pois se fossem bastaria que tivéssemos bons burocratas – ou técnicos, eufemismo adotado por alguns –, sem eleições, sem parlamento, sem partidos, e tudo lá estaria, à disposição pública.

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Além da inação e da corrupção, pode-se citar a associação inocente a pautas nada inocentes como um dos grandes erros de postura política. Alguns cidadãos, na boa intenção de sair da inação – e estão certos nisso –, optam por marchar ao lado de outros nada inocentes. "Contra tudo que está aí", acabam também contra a ascensão econômica dos mais pobres, contra a inclusão de negros e negras nas universidades e no mercado de trabalho, contra a maior proteção para as mulheres, crianças e adolescentes, população LGBT. Contra o que há de mal na situação do País – e há –, marcham pela regressão coletiva não aos anos 1990, o que já seria danoso, mas ao século XVII, onde tribunais inquisitórios determinavam e à força se cumpria qualquer ordem, ainda que desumanizadora.

A busca de um caminho de participação, embasado em justiça social, inclusão, direitos humanos, igualdade e diversidade, não pressupõe impor o caos para uma futura reconstrução, como se pregou em 1964 e prega-se agora. A construção de uma sociedade livre dos males que hoje assolam o País, como a corrupção e suas múltiplas faces, a sonegação hipócrita, os crimes de intolerância e ódio que se alastram, exige mais democracia, e não menos. Exige aprofundamento do diálogo, da tolerância, e a exposição das divergências.

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Neste sentido é que se propõe uma reforma política que aumente a participação popular, reduza o poder econômico, torne os eleitos ainda mais legitimados e representativos da população brasileira. É nessa linha que Governo e Oposição devem, como entes políticos maduros que são, sentar e dialogar projetos e caminhos por um Brasil melhor, respeitando o resultado das urnas em 2014.

Darcy Ribeiro, em 1995, dizia que sempre fomos um "moinho de gastar gentes", eliminando primeiro os índios, depois os negros e à época do artigo, os mestiços que compunham a classe trabalhadora brasileira. E ele, visionário, já dizia que "somos todos culpados". Este é o momento de pararmos genocídios e juntos caminharmos por um Brasil propositivo, que cresça com participação efetiva da população em nossa política, mas sem que se plante o caos, pois dele só nasce lama.

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