Mala racha o PSDB

Que triste fim para um partido fundado pelos peemedebistas Franco Montoro, Mário Covas, José Serra, Fernando Henrique, Tasso Jereissati e outros que encabeçaram as Diretas Já com a ascensão de Orestes Quércia à presidência do PMDB, por discordar das práticas corruptas do então governador de São Paulo, comprovadas, muitos anos depois, por sua herança totalmente incompatível com os salários de prefeito, deputado, senador e governador que foi.

No racha, Michel Temer ficou com Quércia e não com Montoro, que o trouxera à política, consumando a primeira traição da sua vida pública e optando pelo grupo liderado por aquele que prometeu (e cumpriu) "quebrar o Banespa, mas eleger meu sucessor".

A marca do seu sucessor foi a chacina do Carandiru.

Temer provocou o racha atual.

O partido agora está rachado não por divergências em torno dos caminhos da social-democracia, não por causa de um projeto nacional, mas por causa de uma mala.

O grupo do Aécio que tem a sua mala também aposta que a mala será esquecida rapidamente pela fraca memória nacional por isso não vê problema algum em continuar no governo da mala, sobretudo porque Aécio no mínimo terá de passar por uma quarentena até disputar alguma eleição, a de 2018 nem pensar.

Alckmin e seu grupo, no entanto, querem se livrar dessa mala já, porque seu dono com apenas 3% de aprovação popular (se é que é tudo isso) será o pior cabo eleitoral em 2018 quando o governador de São Paulo planeja disputar a revanche com Lula.

Para Dória, que não está em grupo algum, tanto faz ficar com a mala ou não porque ele também não é de partido algum.

Fernando Henrique, o eterno algodão e às vezes bom-bril entre cristais tucanos não entra na briga entre Aécio e Alckmin, mas quer a mala longe de Higienópolis, como deixou claro na propaganda do partido, gota d'água do racha da mala.