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Roberto Bueno

Professor universitário, doutor em Filosofia do Direito (UFPR) e mestre em Filosofia (Universidade Federal do Ceará / UFC)

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Manifesto pela resistência

Contrariamente ao que tantos possam sugerir, a disposição para a rebelião em defesa do pacto político constitucional não tem fundamento revolucionário à esquerda, senão na mais castiça tradição liberal. Esta disposição é a única garantia firme para a existência

(Foto: manifesto)
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A insatisfação pulsa e corre velozmente pelas ruas das cidades e pelos campos do Brasil em face dos milhares de homens mulheres arrastados para a miséria, multidão que o regime quer calar, e para impedir que reajam, persegue-os, prendem-nos ilegalmente e, em números assustadoramente progressivos, assassinam a muitos. Sofrem, mas permanece a consciência firme a alertar para a injustiça que os vitima.

Os deserdados e perseguidos hoje no Brasil configuram em sua miséria uma densa massa à procura de grupo político visceralmente comprometido com a vocalização da opressão e o efetivo desafio aoestablishment mobilizando forças contra a violência e a injustiça social. A multidão aguarda ansiosamente força política disponível para o enfrentamento da força bruta que obtém resultados no campo econômico instrumentalizando o direito penal. É força revestida de legalidade operativa através de segmentos togados e fardados financiados, dedicados a eliminar todos os direitos sociais, a despeito de sua fundamentação no longo avanço civilizatório da humanidade.

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O regime cala e legitima até mesmo assassinatos para normalizar a barbárie e toda a sorte de violências menos evidentes mas não menos cruéis, e logo os classifica como fatos da vida ordinária. Assim é expressa a perspectiva da autoridade estatal autoritária. Esta realidade aponta para um horizonte repleto de obscuridades, pois sempre e em todos os lugares em que a justiça é negada às multidões a irresignação vem a tomar forma, e em algum momento irrompe violenta e cruamente no plano do real.

A infâmia e a indignidade adotadas como pauta de projeto político governamental não constroem alicerce para o poder que pretenda consolidação, senão terreno fértil para o seu ocaso. Sob o tempero da crueldade mórbida impressa no passado e sua recepção e aplicação no presente sob a forma de criminalização das posições políticas assumidas pela população e da destituição de direitos básicos do ser humano, então, a aplicação de violência a indivíduos e movimentos sociais desenha projetos autoritários que orientam nada mais do que um futuro perverso, sob a mesma têmpera de ódio e destruição, talvez mais radicalizada, mas com sinal inverso, libertário-popular.

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A mão de ferro da elite controladora das funções do Estado é hoje instrumentalizada pela oligarquia financista transnacional, que impõe estruturas e políticas que não são legitimadas pelas bases populares, malgrado aparente resignação, pois sofrem com as malversações conceituais criadoras de espessa névoa imobilizadora que a milhares desorienta quanto aos fins a que são finalmente conduzidos, para muito longe da preservação de suas vidas. A esperança libertário-popular persiste na pulsante tensão imperceptível a olhos nus, e que nesta condição é observada superficialmente como se de inércia se tratasse. Embora as tentativas expressas de controle das ações humanas, elas não tem mais êxito do que ocorre com as águas, que mesmo represadas encontram o seu curso, movendo-se engenhosamente sob a terra, buscando destinos alternativos, demarcando a resistência às tentativas de canalização e completo controle.

Certo é que toda a obediência cega será castigada, pois o impositor não hesita em tripudiar sobre o corpo que destrói, esmagando até mesmo a esperança aos que se ofereçam à submissão. A subversão oligárquica é a ameaça que sofrem os projetos populares, nacionalistas e soberanos. A ousadia emancipatória reside em concretizar a proteção ao projeto popular de seu poderoso conjunto de algozes, sempre sedentos em colocá-lo a perder. Será o impulso reverso à obediência pura, residente na ação, o passo indispensável para a superação da violência, o que pressupõe a ousadia. A covardia para a defesa da existência é o eficiente coveiro de todas as vidas ceifadas ainda antes do evento natural desfecho. Esquivar a ousadia e tangenciar a coragem para a ação é garantir antecipadamente o perecimento.

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A insatisfação pulsa e corre velozmente em sociedade e, mesmo quando imperceptível, alimenta a rebeldia como chave da resistência, e aponta para a rebelião como potencial contínuo e condição para a existência humana com perspectiva de plenitude. Contrariamente ao que tantos possam sugerir, a disposição para a rebelião em defesa do pacto político constitucional não tem fundamento revolucionário à esquerda, senão na mais castiça tradição liberal. Esta disposição é a única garantia firme para a existência, evitando que pereçamos, mesmo quando o pulso todavia pulse. A concreta resistência que imponha altíssimo custo aos violadores da ordem constitucional popular-democrática é a única via de efetiva proteção de uma ordem neofascista associada ao financismo transnacional imperialista, que não hesita alcançar seus objetivos através da violência crua, da perseguição e da eliminação física de todos que representem obstáculo.

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