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Carlos Lindenberg

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Marcos Valério quer falar. Deixem que fale

"O que não se sabe é se Marcos Valério tem documentos suficientes para mostrar que não está blefando. Mas, pelo que se sabe, ele andava com surpreendente desenvoltura entre os figurões da República, sobretudo na era tucana, financiando candidatos, usando caixa dois de suas agências para promover eventos e alavancar candidaturas e até mesmo para atender a necessidades pessoais de gente ligada ao governo da época, tanto em Minas como em Brasília", diz o colunista Carlos Lindenberg; "É por isso que se diz que ele não estaria blefando agora, se é que blefou no passado, quando o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, coincidentemente ou não, marca o julgamento do ex-governador Eduardo Azeredo para meados de agosto no processo que ficou conhecido como o 'mensalão tucano'”

"O que não se sabe é se Marcos Valério tem documentos suficientes para mostrar que não está blefando. Mas, pelo que se sabe, ele andava com surpreendente desenvoltura entre os figurões da República, sobretudo na era tucana, financiando candidatos, usando caixa dois de suas agências para promover eventos e alavancar candidaturas e até mesmo para atender a necessidades pessoais de gente ligada ao governo da época, tanto em Minas como em Brasília", diz o colunista Carlos Lindenberg; "É por isso que se diz que ele não estaria blefando agora, se é que blefou no passado, quando o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, coincidentemente ou não, marca o julgamento do ex-governador Eduardo Azeredo para meados de agosto no processo que ficou conhecido como o 'mensalão tucano'” (Foto: Carlos Lindenberg)
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Ex-sócio da DNA propaganda e da SMP&B Publicidade, o empresário Marcos Valério não parece estar fazendo graça nessa delação premiada que vem negociando com a Polícia Federal de Minas Gerais. No que será a terceira tentativa de delatar quem o jogou na fogueira do dinheiro fácil e da propina lucrativa, Marcos Valério tem um monte de histórias para contar, desde que no governo Fernando Henrique Cardoso ganhou uma conta do Banco do Brasil para a DNA propaganda, com pagamento de pedágio de dois por cento sobre o faturamento bruto para um senador mineiro, e se transformou num arquivo vivo de uma série de estripulias financeiras envolvendo gente com foro privilegiado – daí porque sua delação atual, negociada com a Polícia Federal, estar sendo examinada pelo Supremo Tribunal Federal que poderá homologar ou não o que Marcos Valério promete contar.

A primeira tentativa de delação de Marcos Valério foi com o então procurador geral da República, Roberto Gurgel, que achou a história meio fantasiosa e a recusou. Posteriormente, Valério tentou a delação por meio de procuradores do Ministério Público de Minas Gerais, que também não viram com bons olhos o que ele dizia ter para contar. Finalmente, ele tentou com o atual procurador Rodrigo Janot, que enviou uma força tarefa para ouvir Marcos Valério, em Belo Horizonte, mas também desta vez a oferta da delação foi rejeitada. Agora, Valério tenta com a Polícia Federal, que depende do Supremo para continuar ou não a delação porque há muitos políticos com foro privilegiado no meio da história. E tem mesmo! Quem já teve acesso a esses documentos diz que são perigosos para alguns políticos em atividade, embora outros já tenham até morrido, como foi o caso do ex-ministro das Comunicações, Sérgio Motta, peça-chave nessa história que tem começo, meio e fim.

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O que não se sabe é se Marcos Valério tem documentos suficientes para mostrar que não está blefando. Mas, pelo que se sabe, ele andava com surpreendente desenvoltura entre os figurões da República, sobretudo na era tucana, financiando candidatos, usando caixa dois de suas agências para promover eventos e alavancar candidaturas e até mesmo para atender a necessidades pessoais de gente ligada ao governo da época, tanto em Minas como em Brasília. Há nomes e mais nomes nessas delações que ele vem tentando fazer desde que foi condenado a mais de 37 anos de prisão no mensalão do PT. É por isso que se diz que ele não estaria blefando agora, se é que blefou no passado, quando o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, coincidentemente ou não, marca o julgamento do ex-governador Eduardo Azeredo para meados de agosto no processo que ficou conhecido como o “mensalão tucano”. O extinto Banco Rural capitaneava a frota de entidades financeiras que elegiam deputados, bancavam coligações, e sustentaram em boa medida a campanha eleitoral tucana de 1998, tanto ao Palácio da Liberdade como à Presidência da República, contando quase sempre com o suporte de empreiteiras que trabalhavam para o Estado àquela época.

Não devem faltar nessa nova tentativa de delação premiada de Marcos Valério coisas como a famosa lista de furnas, a presença do seu diretor Dimas Toledo, o financiamento do Enduro da Independência, além de negociatas levadas a efeito no Distrito Federal e na sua Assembleia de Representantes, na época do governador Roriz. E este talvez seja um problema para Marcos Valério. Boa parte do que ele poderia dizer à Polícia Federal estaria prescrito, embora os crimes que tenham dado prejuízo aos cofres públicos não. O fato é que Marcos Valério, agora transferido para a APAC de Sete Lagoas, ao que consta como parte do acordo, voltou às primeiras páginas dos jornais e ao farto noticiário de rádio e televisão. Seu objetivo é claro: condenado a mais de 40 anos de prisão, ele quer fazer a delação para reduzir sua pena. Se vai conseguir, é outra história. De qualquer forma, ele tem muito a contar, mesmo que depois do mensalão tenha acontecido tanta coisa no país no rastro da Lava Jato, das ações do juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Lula, das denúncias do empresário Joesley Batista incriminando o presidente Temer e até do impeachment da presidente Dilma. Ainda assim, Marcos Valério parece ser uma fonte inesgotável de histórias do submundo da política brasileira nos últimos anos.

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