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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Marx-Engels mantém aberta contradição capitalista que tenta anular Lula no TRF4

Em 13 anos de poder petista, Lula e Dilma(20l3-2014) inverteram, relativamente, incipientemente, a ordem neoliberal que predominou durante a Era FHC(1994-2002), comandada pelo Consenso de Washington

Lula e Dilma na transposição (Foto: César Fonseca)
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Grande mentira

Os comunistas Karl Marx(1818-1883) Friedrich Engels(1820-1895) pegaram no pé dos capitalistas relativamente ao que estes consideram o mais importante para o capitalismo, do ponto de vista do capital.

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Trata-se da questão fundamental do aumento da produtividade, a base da luta capital x trabalho.

Do ponto de vista dos capitalistas, sem aumento da produtividade, não há emprego, renda, consumo, arrecadação e consequentemente investimentos do capital.

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Conclusão: mais produtividade significa mais trabalho, jornadas de trabalho mais longas, para aumentar produção, emprego, renda.

Somente, seguindo essa trilha, seria possível, algum dia, aumentar os salários, como reivindicam os trabalhadores.

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E o ponto de vista do trabalhador, que fica obscurecido pelos meios de comunicação, todos nas mãos dos capitalistas?

Marx e Engels deram chave de galão neles: não, retrucaram, o aumento da produtividade capitalista depende, fundamentalmente, de redução da jornada de trabalho e aumento dos salários.

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Como?

Com salários mais baixos e jornadas mais longas, o capitalista adia compra de tecnologia, ou seja, foge da sua própria pregação, evidenciando que tentam enganar o trabalhador com seus equívocos ideológicos, falando sobre produtividade.

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Enquanto podem pagar salários miseráveis e estender as jornadas de trabalho, para que comprar novas máquinas, para aumentar a produtividade?

Melhor, para os interesses do capital, continuar sugando lucratividade na exploração da mão de obra, de onde sai a mais valia, o lucro.

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Ao contrário, se os capitalistas forem obrigados, pela ação política dos trabalhadores, a comprarem mais máquinas, para alcançar o que eles, mesmos, capitalistas, defendem, como prioridade absoluta, ou seja, o aumento da produtividade, precisarão aumentar os salários.

Se não fizerem isso, quem vai comprar mercadorias aos borbotões lançadas no mercado pela máquina, muito mais eficiente do que a mão de obra?

O que um trabalhador faz em oito horas, a máquina faz em duas.

Portanto, é falsa a argumentação do capitalista de que é preciso aumentar produtividade, elevando quantidade de trabalho humano em mais horas trabalhadas.

Evidência-se, apenas, o desejo secreto dos donos do capital: continuar explorando o trabalhador, pagando-lhe salário baixo, piorando, consequentemente, sua qualidade de vida, em escala exponencial.

O capitalista não topa o ponto de vista do trabalhador para defender o aumento da produtividade do capital, que defende, insistentemente, como necessário.

As crises de sobreacumulação de capital, portanto, vêm daí, da recusa do capitalista de apostar na produtividade, via maiores investimentos em ciência e tecnologia a serviço da produção de bens e serviços.

Com isso, jogaria muito mais mercadorias na circulação e distribuição, que exigiriam mais consumo, via aumento de salário, para a produção não virar lixo descartável, queda da taxa de lucro, deflação etc.

Mas, do ponto de vista do trabalhador, haveria, com mais produtividade, possibilidade de organizar a produção e o consumo e evitar a anarquia da sobreacumulação de capital que ameaça o próprio capitalistas, com as crises recorrentes.

Ou seja, como diz Lula, o trabalhador não é o problema, é a solução.

Golpe neoliberal

O que o julgamento da condenação, sem provas, do triplex do Guarujá, no TFR 4, Porto Alegre, dia 24 de janeiro de 2018,  armado pelo juiz Sérgio Moro, de Curitiba, para inviabilizar candidatura presidencial de Lula, tem a ver com essa grande polêmica capital x trabalho, focada por Marx e Engels?

Em 13 anos de poder petista, Lula e Dilma(20l3-2014) inverteram, relativamente, incipientemente, a ordem neoliberal que predominou durante a Era FHC(1994-2002), comandada pelo Consenso de Washington.

Lula elevou salários e ampliou programas sociais, embora não avançasse na redução das jornadas de trabalho, porque fez política de acomodação com os capitalistas industriais e financeiros, pois, afinal, não tinha, no Congresso, correlação de forças a seu favor, sendo obrigado às concessões.

Essa ambiguidade político-governamental petista, no entanto, tendo representante trabalhador, no poder, foi suficiente para abrir picadas perigosas, do ponto de vista dos capitalistas, para empoderar trabalhadores, instrumentalizando-os, especialmente, com base na Constituição cidadã de 1988, às tarefas futuras urgentes:

1 – reforma política para democratizar o poder;

2 – aprofundar reformas sociais como instrumentos de política econômica via melhor distribuição da renda nacional;

3 – apostar, como fez Getúlio Vargas, no nacionalismo econômico via empresas estatais, como Petrobrás, Eletrobrás etc, esteios do desenvolvimentismo, garantidor da industrialização nacional;

4 – fortalecer mercado interno consumidor, aprofundando democratização política e distribuição de renda, adequadas às conquistas já existentes, como a legislação trabalhista e o sistema de seguridade social, atenuadores fundamentais, sociais democratas, do processo de concentração da renda, em prol do desenvolvimento sustentável.

O golpe de 2016, dado pela direita, adversária do aumento da produtividade defendida por Marx, Engels e Lula, explica-se, larga e profundamente, pela  política econômica dos golpistas, de tentar parar o Brasil, congelando produção e consumo, anulando conquistas dos trabalhadores e controlando o Estado para si, em nome do equilibrismo orçamentário, que a falsa tese capitalista da produtividade dissemina pelo poder midiático manipulador.

É claro que não é impossível equilíbrio orçamentário capaz de promover desenvolvimento, se amplia a continuidade da destruição dos direitos do trabalho, intensificando concentração de capital com a qual a taxa de lucro do capitalista tende a zero ou negativa por insuficiência de consumo.

Extraordinária parceria

O filme “O jovem Marx”, dirigido por Raoul Peck, com August Diehl (Marx) e Stefan Konarse (Engels), foca, com recursos hollywoodianos,  essa grande problemática, em 1844, quando Marx e Engels escreveram “O Manifesto Comunista”.

Nesse ocasião, as condições de trabalho, nas fábricas, eram deploráveis, com exploração brutal de crianças e mulheres, salários miseráveis e jornadas intermináveis de trabalho que chegavam às 16 horas diárias.

Crises de sobreacumulação de capital explodiam em meio às deflações e desempregos, que balançavam a Europa inteira.

Tal situação abria espaço ao avanço do pensamento socialista e comunista, na organização das suas associações, sindicatos e políticas contestatórias ao modelo capitalista do lassair faire.

Chegara ao estresse total as teorias de Adam Smith e Ricardo, cuja essência era proposição da expansão do capital via exploração intensa do trabalho humano na formação da mais valia(lucro) capitalista.

Os cenários de época são magníficos, música de orquestras dando ritmo intenso às ações, no acompanhamento da incrível vida dos amigos Marx e Engels.

Marx, alemão, renegado judeu, filósofo e jornalista, pobre, 26 anos, casado com uma mulher fantástica, Jenny(Vicky Krieps), aristocrata de uma Alemanha feudal, que o acompanha com entusiasmo, rumam ao exílio, Paris, 1844.

Engels, também, alemão, filho de industrial, sócio de capitalista inglês, promissor na Manchester inglesa, viram, no desenrolar das lutas políticas, amigos inseparáveis, aliados na causa comum do proletariado.

O rico ampara o pobre, nos momentos extremos, consciente da necessidade de garantir, para o futuro da classe trabalhadora, a obra intelectual, de investigação da era burguesa, que ambos desenvolvem ao longo de mais de 40 numa parceria intelectual, que culminaria com a obra máxima de Marx, O Capital.

Imperdível.

Eterna luta

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