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Miguel Paiva

Miguel Paiva é chargista e jornalista, criador de vários personagens e hoje faz parte do coletivo Jornalistas Pela Democracia

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Matando as Mulheres

"A humilhação, o desmerecimento, a violência e a morte são os degraus desta ideologia fascista. Isso precisa acabar", diz Miguelç Paiva

(Foto: Miguel Paiva)
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Miguel Paiva, para o 247

As agressões às mulheres, de modo direto ou indireto, fatal ou não, se sucedem atualmente em modo vertiginoso. Começamos com os mais recentes que não conseguimos nem determinar se são mesmo os mais recentes porque, justamente, se sucedem: A agressão à faxineira que lavava a calçada em Belo Horizonte por um homem que corria com o cachorro (solto) se exercitando, o cantor do conjunto Art Popular preso e condenado por estupro e cárcere privado, o desprezível milionário por herança Tiago Brennand que exercia seu machismo de forma perversa e cruel tatuando suas vítimas, o rapaz que torturou o enteado de 4 anos mas que também batia na atual mulher, mãe do menino, o escândalo da Caixa Econômica que periga cair no esquecimento, os médicos acusados de abuso durante as consultas, o PCC que mandou matar a mulher que recusou o beijo de um dos traficantes, assim como quem não quer nada, o agressor do Amazonas que já coleciona a denúncia de 5 mulheres, as 30 mulheres que pedem proteção à polícia por dia no Distrito Federal e a última que eu me lembro, a mulher agredida porque estava escutando o samba de uma escola do carnaval que falava de Exu. Por aí vai. São muitos crimes por dia. Lembrei desses em poucos minutos, mas se ficar mais tempo a lista aumenta e muito

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Para não banalizar esta violência queria deixar claro que ela coincide com a implantação da ideologia bolsonarista no nosso país. A mulher na cabeça do presidente, se não for princesa tem que ser maltratada, menosprezada, diminuída e se for o caso, assassinada. Veio à tona o que já existia, mas se mantinha escondida que é a política da morte que exerce suas características mais fortes nos crimes contra as mulheres. Agora esse tipo de homem saiu do armário.

Provavelmente boa parte das mulheres que ainda votam em Bolsonaro têm medo de agir diferentemente. Além de “ajudadoras” de seus maridos sofrem uma pressão comportamental para se manterem em seus próprios lugares. A linguagem da violência, sobretudo contra as mulheres, preenche com sucesso as características desse modo de pensar. As mulheres não servem, segundo eles, para mais nada a não ser abrir as pernas, aplaudir, ajudar e não criar problemas. 

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Parece e soa ridículo tudo isso já que estamos em 2022 e curiosamente o Brasil é o país com uma das melhores legislações em relação à mulher. Mas quanto mais pensa em proteger, mais ameaça e maltrata. Se não houver um Estado que coordene e organize essa legislação, ela serve apenas para ser transgredida. O resultado é dramático e cruel. Junto às mulheres que sofrem estão os filhos, as mães, os vizinhos e os parentes próximos. Estabelece-se a lei da ameaça, do terror que recebe respaldo do governo e com isso se consolida sem problemas. 

A humilhação, o desmerecimento, a violência e a morte são os degraus desta ideologia fascista. Isso precisa acabar e para isso, só interrompendo esta cadeia de apoio ideológico e prático. Os crimes contra as mulheres têm este significado amplo de controle da sociedade. O estupro estabelece o domínio sexual pela força e o assassinato a conclusão irreversível deste domínio. Nunca se matou tantas mulheres neste país como agora. Está na hora disso acabar. Como homem repudio e condeno. Como cidadão exijo que a lei proteja as mulheres e como eleitor só vejo um jeito disso mudar que é derrubando este governo pelo voto e reconstruindo a sociedade.

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