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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Melhor se fosse verdade

"De modo recitado, como estudante lendo uma redação na frente do quadro negro, e sem se referir ao presidente americano Joe Biden, ou à sua vice, Kamala Harris, ambos já fora da sala onde se deu a abertura da Cúpula de Líderes sobre o Clima, Bolsonaro iniciou o seu discurso", afirma a jornalista Denise Assis

(Foto: Reprodução)
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Por Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia

Batatinha quando nasce, se esparrama… (Não é isso não).

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Ai que saudade que eu tenho da aurora da minha vida! (Também não é isto)…

“Historicamente, o Brasil foi voz ativa na construção da agenda ambiental global”… (Agora sim)…

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Assim, de modo recitado, como estudante lendo uma redação na frente do quadro negro,  e sem se referir ao presidente americano Joe Biden, ou à sua vice, Kamala Harris, ambos já fora da sala onde se deu a abertura da Cúpula de Líderes sobre o Clima, mas os seus anfitriões, Bolsonaro iniciou o seu discurso.

Deselegante, limitou-se a cumprimentar genericamente aos “senhores chefes de Estado e de governo, senhoras e senhores”… Daí por diante, desfiou sua fala, mecanicamente, declamando um texto cuidadosamente preparado para agradar aos promotores do evento. Na mensagem, repetiu a promessa já feita por carta a Biden e que dificilmente cumprirá: “(…) determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050, antecipando em dez anos a sinalização anterior”. E, sem a menor cerimônia, mandou a real, dizendo que a partir de 2021, o país precisará de ao menos US$ 10 bilhões ao ano para lidar com os “inúmeros desafios que enfrenta, incluindo a conservação de vegetação nativa e vários biomas”. Ou seja, esticou o pires.

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A esta altura, não custa lembrar aqui, o que disse em 18/08 de 2019: “Eu queria até mandar recado para a senhora querida Angela Merkel, que suspendeu 80 milhões de dólares pra Amazônia. Pega essa grana e refloreste a Alemanha, tá ok? Lá está precisando muito mais do que aqui”.

Ou, melhor ainda, esta outra, disparada em 06/08 do mesmo ano de 2019, que resume a sua verdadeira meta: “Se eu fosse rei de Roraima, com tecnologia, em 20 anos teria uma economia próxima do Japão. Lá tem tudo. Mas 60% está (sic) inviabilizado por reservas indígenas e outras questões ambientais. Nós temos tudo para desenvolver essa região maravilhosa chamada Amazônia.

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Imediatamente após a fala de Bolsonaro na Cúpula, nesta manhã (22/04/2021), o ainda ministro Ricardo Salles deu uma coletiva de imprensa em Brasília, em que reafirmou o seu propósito de solicitar ao mundo um bilhão de dólares, para montar 10 batalhões de selva, com três mil soldados cada, e regulamentar as propriedades da região. Traduzindo: organizar uma milícia e promover a grilagem da terra, na selva.

Pulando esta parte, por si vexatória, torna-se obrigatória a reprodução do comentário do ex-chanceler, Celso Amorim, depois de assistir à performance de Bolsonaro, recitando o discurso que lhe foi preparado para a ocasião: “”Melhor se fosse verdade”…

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