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Francisco Calmon

Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Membro da Frente Brasil Popular do ES

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Mercado não tem voto

A vitória no primeiro turno não deve ser a negação dos justos anseios dos trabalhadores. O imperialismo e o fascismo não desaparecerão com Lula no governo

(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli | Fábio Pozzebom/Agência Brasil)
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Mercado não tem voto, não elege presidente, mas pode atrapalhar a governabilidade. 

Os golpistas estão voltando à cena do crime sem fazer autocrítica, sem terem sido julgados, condenados e punidos. 

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Como ficarão perante o tribunal da história?

Após o golpe de 2016 a redescoberta de que a luta de classes é um fenômeno objetivo e que a conciliação é um método político que propicia a traição e a derrota das classes trabalhadoras, parecia que a lição tinha sido aprendida.

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Com o retorno do Lula à liberdade, suas condenações jurídicas canceladas e a sua candidatura à presidente da República alçada, a lição foi esquecida, os mesmos estão voltando e a esquerda parece amordaçada. 

O PT nunca navegou bem nos mares da economia e do direito. Dirigentes e quadros conhecem pouco de economia e direito.

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As escolhas para dirigir a política econômica, a justiça e a segurança, foram exatamente pelo viés direitista, tanto no governo Lula quanto no da Dilma.

As escolhas para o Judiciário foram as mais catastróficas. O método de seleção absolutamente amador e subjetivista. Na maior demonstração de que desconheciam (ou desconhecem ainda) que são esses dois campos nos quais a luta de classes se desenvolve agudamente, cujo empoderamento resulta na correlação de forças. 

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Eleitos pela esquerda, Lula e Dilma, fizeram um governo violino, tocaram pela direita nesses dois campos. 

Embora a História não admitia contrafação, a análise permite, portanto, podemos fazer um exercício de suposição, de abstração, e imaginar e perguntar: o que teria sido o Brasil com um judiciário garantista?

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Foram 33 indicações para os tribunais superiores e 13 para o STF. 

Se as seleções tivessem sido com o olhar da luta de classes, com a responsabilidade histórica de uma conjuntura favorável, o “mensalão” não teria sido como foi, o Judiciário não teria chancelado o golpe e nem a prisão e condenação do Lula. 

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Sobretudo não haveria um genocida no poder!

Mas eles estão voltando. Atrasados e já querem ser timoneiros. 

Temer e Meirelles, inglórios traidores e golpistas, não se envergonham do que fizeram contra os direitos dos trabalhadores, não se envergonham da política privatista do patrimônio estatal, não se envergonham de priorizarem pagamentos dos juros ao capital financeiro em detrimentos das políticas sociais para o povo, que voltou ao desemprego e à fome, por fim, o pior: engessaram o teto de gastos da saúde e educação. 

Por que não limitaram os pagamentos de juros, por que não há tetos para essa sangria hemorrágica do PIB? Por que não há imposto sobre as grandes fortunas dos 1% mais rico? Por que não alteraram a tabela de imposto de renda, elevando as alíquotas inferiores e criando novas para os que ganham 30, 50, salários mínimos? 

As contrarreformas começaram com essa perniciosa dupla.

A história não é feita de cortes, Bolsonaro foi parido durante o governo Temer.

A “ponte para o futuro” é antítese de um projeto social-democrata. Os inglórios voltarão a conduzir a política econômica?  

Temer foi o cabo Anselmo da Dilma e da democracia, Meirelles foi o Ustra dos trabalhadores durante o governo Temer.

Os ‘cabos Anselmos’ da democracia e os ‘Ustras’ da economia não deveriam ter lugar nesta travessia. 

Não há governo acima das classes, priorizar umas ou outras é inevitável, meio termo é ficar na corda bamba, no alto risco do fio da navalha. 

Ser pendular, é ser frágil, é atrair raios golpistas, é mister ter um norte. 

Com o frentão formado não há outra possibilidade senão a de ser um governo de transição. 

Transitar para onde, eis o desafio da correlação de forças. 

Se a esquerda durante essa travessia não disputar com a direita os rumos do país, pode significar perda de musculatura para o posfascismo. 

A direita e os conciliadores de sempre têm uma forte aparelhagem de lobby, se a esquerda não contrapuser desde já, pode perder o trem dessa nova quadra do devir do país.

Mirem-se na história!

A vitória no primeiro turno não deve ser a negação dos justos anseios social-democratas dos trabalhadores. 

O imperialismo e o fascismo não desaparecerão com Lula no governo. 

A garantia da democracia dependerá da militância da esquerda, organizada pela base em comitês populares.  

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