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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Mezzo Trump, mezzo Bolsonaro

"Quando Putin tomou a palavra, o espetáculo se pareceu com os de Bolsonaro", diz o jornalista Alex Solnik, que também lembrou os comícios de Donald Trump

Vladimir Putin, Jair Bolsonaro e Donald Trump (Foto: REUTERS | Alan Santos/PR)
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

O cenário lembrava o dos comícios de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. Estádio de futebol lotado de nacionalistas, hinos e bandeiras, bandas de música, euforia, discursos inflamados em defesa do presidente. 

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Mas, em vez de Trump, quem estava no centro do palco armado no gramado do Estádio Luzhniki, de Moscou, com capacidade para 81 mil pessoas, palco principal da Copa do Mundo de 2018, era um senhor muito bem protegido do frio, japona bem grossa em cima de malha branca, de gola rulê. Traje de cores que lembram paz apenas para confundir.

Putin estava ali pedindo, ou melhor, exigindo apoio para continuar a invasão da Ucrânia, custe o que custar, demore o que demorar. Não deu um aceno sequer a cessar-fogo. Muito ao contrário. Colocou mais lenha na fogueira.  

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A imprensa russa não economizou elogios ao evento, que exaltou o oitavo aniversário da conquista da Criméia. O Komsomolskaya Pravda começa citando trechos de oradores que antecederam a estrela da tarde. 

“Deus nos ajudará a vencer” disse o deputado Dmitry Pevtsov. 

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“Aqueles que escrevem calúnias sobre nosso exército são servos” proclamou o ator e diretor de cinema Vladimir Mashcov. 

“Vamos apoiar nosso presidente” era o mote geral dos discursos, todos a favor da guerra e exaltando a força dos russos. 

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Mas quando Putin tomou a palavra, o espetáculo se pareceu com os de Bolsonaro. 

“As palavras das Sagradas Escrituras me vêm à mente”, disse ele. “não há amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos”. 

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“O início da operação”, continuou, “coincidiu com o aniversário de um de nossos mais destacados líderes militares, canonizado como santo, Fyodor Ushacov, que não perdeu uma única palavra em toda a sua brilhante carreira. Ele disse uma vez: ‘essas tempestades irão para a glória da Rússia’”. 

Além de sublinhar a “profundidade” do discurso, o jornal lembra não ser esta a primeira vez que Putin cita a Bíblia ou outras escrituras. 

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“Em 2020, ele citou a mesma passagem do Evangelho de João: ‘ não há amor maior do que um homem que dá a vida por seus amigos’”. 

Bolsonaro nunca citou essa passagem, sempre repete aquela “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. 

 Fica a dica.   

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