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Luciano Teles

Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

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Migalhas, exploração e mortes

Paulo Guedes vive no mundo da “bolsolândia” no qual vive também parcela significativa da elite deste país. É assim que eles pensam, é a manifestação de uma visão de mundo herdada da época da escravidão

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Quando o ministro da economia, Paulo Guedes, expressa de forma livre e solta as suas ideias e pensamentos, sobretudo nos ambientes empresariais, muitos ficam surpresos e perplexos com o que ouvem. Além de outras coisas já ditas por ele, que é ligado à elite empresarial do país e que foi nomeado por Jair Bolsonaro para representá-la, nesses últimos dias ele verbalizou que as sobras de alimentos das famílias de classe média e de restaurantes deveriam ser doadas para as pessoas que estão em situação de insegurança alimentar. 

Disse Paulo Guedes: “fazemos almoços onde às vezes há uma sobra enorme. Isso vai até o final, que é a refeição da classe média alta, até lá há excessos”. E continuou: “como utilizar esses excessos que estão em restaurantes e esse encadeamento com as políticas sociais, isso tem que ser feito. Toda aquela alimentação que não for utilizada durante aquele dia no restaurante, aquilo que dá para alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, desamparados. É muito melhor do que deixar estragar essa comida toda”. 

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Paulo Guedes vive no mundo da “bolsolândia” no qual vive também parcela significativa da elite deste país. É assim que eles pensam, é a manifestação de uma visão de mundo herdada da época da escravidão, desconectada inclusive das questões mais gerais que hoje pautam o debate global.

Nessa quadra histórica em que estamos vivendo, com o descaso do (des)governo em relação aos pequenos e médios restaurantes – que não foram contemplados de forma séria com programas de crédito para atravessar essa tempestade sanitária – os pratos vendidos diminuíram bastante e o sistema de self service perdeu variedade, de modo que dificilmente hoje sobra alguma coisa. Da mesma forma a classe média, esta diminuiu seu consumo alimentar em função dos preços exorbitantes dos combustíveis, da carne, da energia, etc... O que prova que Guedes vive mesmo em outro mundo.

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Porém, para além disso, oferecer migalhas para a população brasileira que pela incompetência deste governo não consegue mais se alimentar (desemprego, aumento do custo de vida, ausência de programas sociais...) é de uma visão tacanha da questão social e de uma maldade enorme em termos de humanidade. Quer dizer que apenas alguns podem comer bem e outros apenas as suas sobras e migalhas? 

Mas não fica por aí. Paulo Guedes, que nada mais nada menos exprime a visão de todos que apoiam este governo, disse em alto e bom tom que o “Brasil precisa de mão de obra barata”. Atacou o que ainda resta de direito trabalhista, dizendo que é ele que torna a mão de obra cara. Guedes quer um trabalhador sem direitos e com salários mais baixos do que os atuais (que não permite uma vida digna ao trabalhador). Ele quer uma mão de obra para ser explorada ainda mais! 

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Não importa se estamos numa pandemia. Para quê vacinas? Para quê empregos? Para quê comida? 

Paulo Guedes, e a elite que ele representa juntamente com este (des)governo, está oferecendo migalhas, exploração e mortes! 

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