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Jandira Feghali

Médica, deputada federal (PCdoB-RJ) e defensora da democracia.

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Milhares de Franciscos

Que os deputados federais compreendam que é preciso, sim, autorizar o processo de investigação de Temer no Supremo Tribunal Federal. Há provas e não apenas fortes indícios, o que já seria suficiente. Este não é somente um apelo meu, mas dos 190 milhões de brasileiros que não apoiam e não aceitam a continuidade deste governo. Entre eles, Francisco, ex-escravo

trabalho escravo (Foto: Jandira Feghali)
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Francisco das Chagas da Silva Lira, 38 anos, foi resgatado por fiscais do Ministério do Trabalho no início dos anos 2000 numa fazenda no interior do Pará. Antes de ser localizado pelos agentes públicos, limpava um gigantesco pasto no sol e na chuva por R$ 150, comia arroz com mandioca frios num minúsculo intervalo e recebia diariamente tortura psicológica e física de capatazes do dono da terra. Chegou a desenvolver doenças com as péssimas condições de trabalho, como uma coceira que o fez perder parte dos músculos do pé até atingir o osso.

Francisco é um dos 50 mil trabalhadores resgatados nos últimos 22 anos por trabalho análogo à escravidão, mas isso pode mudar. A portaria 1.129 editada esta semana por Michel Temer promete impedir ou dificultar o combate ao trabalho escravo em pleno 2017. Covarde, o presidente ilegítimo entregou à própria sorte milhares de brasileiros que sofrem com trabalhos degradantes. E isso para tentar se safar da votação sobre a denúncia da PGR que ocorrerá no Parlamento em breve.

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É inaceitável que um país seja destruído e pilhado para que um núcleo político corrupto (e parte dele já preso) continue governando para uma elite inescrupulosa, grandes latifundiários e empresários desonestos. Vimos nestas últimas semanas a aprovação de uma renúncia fiscal vergonhosa, atingindo o patamar de R$ 400 bilhões, ao mesmo tempo em que aliados de Temer bradam cinicamente que a Previdência está deficitária e precisa-se aprovar uma "reforma".

Na esteira do entreguismo, também vieram acordos de leniência para banqueiros com o Banco Central, podendo reduzir suas multas de R$ 500 milhões para R$ 50 mi. Até as igrejas, com sua bancada política, chegaram a ter todos os tributos desonerados na Câmara (mais tarde corrigido no Senado). Vende-se a Amazônia, acaba-se com a CLT, rasga-se direitos, aniquilam direitos dos indígenas para safar um presidente sem voto, sem projeto, sem caráter.

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Enquanto isso, cortes nos orçamentos das universidades publicas e ensino técnico, cortes na Farmácia Popular, cortes no Bolsa-Família e cortes em políticas estratégicas de desenvolvimento nacional. Vê-se o fim do Ciências sem Fronteiras, a drástica redução do orçamento da Ciência e Tecnologia, além da asfixia aos direitos humanos. Viramos um povo sem emprego, sem escola, sem hospital, sem renda e com risco de ver a aposentadoria nunca chegar.

E isso tudo em nome de quê? De um Brasil que está sendo liquidado? De um Brasil que seja comandado por pessoas como Eduardo Cunha, Geddel e suas malas de dinheiro sujo, além de Moreira Franco e Eliseu Padilha?

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Uma presidenta, eleita democraticamente, teve seu processo de impeachment iniciado sem crime. Que os deputados federais compreendam que é preciso, sim, autorizar o processo de investigação de Temer no Supremo Tribunal Federal. Há provas e não apenas fortes indícios, o que já seria suficiente. Este não é somente um apelo meu, mas dos 190 milhões de brasileiros que não apoiam e não aceitam a continuidade deste governo. Entre eles, Francisco, ex-escravo, que agora vê seu passado, talvez, virar rotina a tantos outros.

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