Ministério sem ciência
Ricardo Veléz defende ideias que cientificamente nunca fizeram sentido. Ele fez do inexistente "Kit Gay" um inimigo a ser combatido, e usou métodos nada científicos para validá-lo
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Praticamente tudo pode ser explicado ao menos sob 2 pontos de vista: o religioso e o científico. As duas áreas, ciência e religião, na maioria das vezes, divergem fatalmente ao explicar os fenômenos da natureza e de nosso dia a dia. Enquanto os cientistas se apoiam no conhecimento adquirido e em métodos passíveis de teste e comprovação, a religião conta com conceitos subjetivos, como a fé, para reforçar seus entendimentos. Se é verdade que um método não exclui o outro, quando pensados em ambientes e situações diferentes, também é certo que ciência e religião não se misturam - ou não deveria se misturar - quando pensadas em conjunto.
Se jamais veremos um biólogo explicando o Gênesis bíblico em um culto religioso, não deveria ser razoável, da mesma forma, vermos pastores ditando as regras da produção científica em um país. Mas é exatamente isso que está acontecendo. O novo Ministro da Educação, anunciado por Jair Bolsonaro, o Colombiano nacionalizado brasileiro Ricardo Veléz Rodríguez, foi escolha de um "filósofo" que nao terminou a formação (Olavo de Carvalho) e passou pelo crivo da bancada com viés mais oposto ao da educação: a da Bíblia.
Ricardo Veléz defende ideias que cientificamente nunca fizeram sentido. Ele fez do inexistente "Kit Gay" um inimigo a ser combatido, e usou métodos nada científicos para validá-lo. O alinhamento do Ministro é claramente mais voltado aos religiosos do que aos educadores e cientistas, de forma geral. O Escola Sem Partido deverá ser o norte da gestão do gestor que, defensor ferrenho da família tradicional brasileira, é casado com uma mulher 40 anos mais nova.
Houve um tempo em que ciência, religião e governo se misturaram. Esse período é conhecido,hoje, como a Idade das Trevas, em alusão à baixa produção científica e cultural que deixou como legado. Por isso a ascensão ao poder de um governo totalitário e religioso deve nos deixar vigilantes e temerosos. Se o objetivo alegado era acabar com a ideologia no processo de ensino (algo que já sabemos não ser possível) o que parece estar por acontecer é a mitigação do processo científico, em seu ministério mais caro. Tudo isso sob os olhos da igreja e sob o crivo dos generais.
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