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Pedro Maciel

Advogado, sócio da Maciel Neto Advocacia, autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007

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Moro em campanha

Moro traiu a magistratura, prevaricou à frente do Ministério da Justiça e apenas denunciou Bolsonaro para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, e mais: traiu a confiança daquele que o nomeou ministro, tudo em nome de seu projeto pessoal, tudo minuciosamente planejado

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"Eu vejo uma coisa só”

Rosangela Moro.

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Rosângela Wolff Moro, mulher do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse não ver separação entre seu marido e Bolsonaro. “Sou pró-governo federal. Eu não vejo o Bolsonaro, o Sergio Moro. Eu vejo o Sergio Moro no governo do presidente Jair Bolsonaro, eu vejo uma coisa só”.  

Essa declaração foi dada em entrevista publicada no jornal O Estado de S. Paulo em fevereiro desse ano. Quem somos nós para discordar...

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Cada movimento e cada palavra do marreco de Maringá são pensados para convencer os incautos que ele é "o cara" mas, infelizmente, apenas o tempo para revelar quem é Sergio Fernando Moro e a que veio, espero que não seja tarde demais.

Fato é que Moro corrompeu e manipulou a constituição, a lei e a opinião pública, tudo em nome de um projeto pessoal de poder e a serviço de interesses que serão revelados com o tempo.

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Moro traiu a magistratura, prevaricou à frente do Ministério da Justiça (quando retardou e deixou de praticar, tempestivamente, ato de ofício, qual seja: denunciar a pressão do presidente sobre a Polícia Federal) e apenas denunciou Bolsonaro para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, e mais: traiu a confiança daquele que o nomeou ministro, tudo em nome de seu projeto pessoal, tudo minuciosamente planejado. 

Mas vamos ao fato principal: Moro pediu demissão, apenas porque avaliou que Bolsonaro passou a atrapalhar seus objetivos, e com esse movimento abriu uma crise que derrubou a bolsa, fez explodir o dólar e pode afastar Bolsonaro. Mas isso não importa a Moro, o compromisso dele não é com o Brasil.

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Pediu demissão e na mesma cena lançou-se candidato à presidência da república, com slogan e tudo.

Para quem pensa que Sergio Fernando Moro é "boa gente" sugiro que observem que ele tem até o slogan da pré-campanha: “Faça a coisa certa, pelos motivos certos e do jeito certo”, presumivelmente, com dinheiro público. O fato de Moro estar utilizando na sua conta do twitter o slogan acima pode caracterizar utilização de dinheiro público para fins pessoais, faz sua conduta amoldar-se ao que prevê o artigo 9º, inciso, IV, VI e XII, da lei de Improbidade Administrativa, pois, de uma forma ou de outra, esta se beneficiando. 

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Em 2017 perguntei aqui no 247 se seria “Moro, o contínuo do Império?”  , a verdade é que Moro não é apenas um contínuo, é o representante de interesses a serem revelados, mas não são interesses nacionais.

Um registro: nunca firmei oposição às operações, tão necessárias, das policias, especialmente as da Policia Federal, mas a reflexão sempre foi compreender os "por quês" de tudo que ocorria e a forma, suas verdadeiras causas e as consequências imediatas e mediatas.

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A nossa obrigação é apoiar toda ação de natureza republicana e que represente um passo adiante na construção permanente de nossa nação, mas segundo o nosso próprio "figurino" e para atender os interesses nacionais, ocorre que Moro e os Golden Boys do MPF, professaram certezas de além-mar, como se o Brasil fosse uma colônia do império estadunidense e, com apoio da mídia corporativa, impediram que grande parte da população mantivesse um olhar crítico sobre os fatos que ocorreram a partir de 2013, colocando o bem comum, a justiça social e o desenvolvimento humano e econômico num segundo plano.

Moro declarou que não ficou rico, então pergunto: quem pagará as suas contas? Talvez encontremos respostas no livro "Quem pagou a conta?", da historiadora britânica Frances Stonor Saunders, o qual que já citei aqui no 247.

No livro ela apresenta a tese de que a instrumentalização da "cultura" foi um dos mecanismos de dominação e força dos Estados Unidos em relação a artistas e intelectuais de todo o mundo durante a Guerra Fria; fundações e o departamento de estado dos EUA financiavam todos que se incumbissem de trabalhar como multiplicadores da visão liberal do império.

Sabemos que a dominação ainda ocorre e de outras formas, como o controle dos meios de comunicação, das artes e da cultura que influenciam e dominam, virtualmente, quase todos os povos, sobretudo no Ocidente, etc. Penso que Moro, Janot e os Procuradores da Lava-Jato foram domesticados e são dominados pelo American way off life, todos eles, pelo que li, estudaram em universidades americanas e frequentemente estão por lá.

O intelectual Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira em entrevista recente, citando o historiador John Coatsworth, disse que entre 1898 e 1994, os Estados Unidos patrocinaram, na América Latina, 41 casos de "successful" de golpes de Estado para mudança de regime, "o que equivale à derrubada de um governo a cada 28 meses, em um século", uma prova inexorável de que no país dos bravos não há amor pela democracia. 

Depois de 1994, outros métodos, que não militares, foram usados para destituir os governos de Honduras (2009), Paraguai (2012) e Brasil (2016).

Nesse contexto entra em cena a figura obscura do juiz de primeira instância Sérgio Moro, condutor do processo contra a Petrobras e contra as grandes construtoras nacionais. 

Moro, servil e dócil aos interesses estadunidenses, preparou-se para as missões a ele confiadas desde 2007, nos cursos promovidos pelo Departamento de Estado dos EUA; seguiu em 2008, quando participou de um programa especial de treinamento na Escola de Direito de Harvard, em conjunto com sua colega Gisele Lemke e em outubro de 2009, participou ainda da conferência regional sobre "Illicit Financial Crimes", promovida no Rio de Janeiro pela Embaixada dos Estados Unidos.

Sabe-se que a Agência Nacional de Segurança (NSA), que monitorou as comunicações da Petrobras, descobriu a ocorrência de irregularidades e corrupção de alguns militantes do PT e, especula-se ter fornecido os dados sobre o doleiro Alberto Yousseff ao juiz Sérgio Moro, já treinado em ação multijurisdicional e práticas de investigação, inclusive com demonstrações reais (como preparar testemunhas para delatar terceiros).

Mas, e os efeitos da Lava-Jato e Moro? Como exemplo dos "serviços" prestados por Moro pode ser citada a perda de 140 bilhões de reais no PIB nacional, só em 2015, quem explica bem tudo isso é Moniz Bandeira a quem rendo minhas homenagens com esse artigo.

Hoje temos Moro pré-candidato à presidência da república.

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