CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Helena Chagas avatar

Helena Chagas

Helena Chagas é jornalista, foi ministra da Secom e integra o Jornalistas pela Democracia

501 artigos

blog

Moro não pode pedir desculpas pelo que disse não ter dito

A jornalista Helena Chagas considera que "ou bem o ministro Sérgio Moro pede desculpas – 'escusas', como costuma dizer – pelo conteúdo de conversas ofensivas com pessoal da Lava Jato, como fez no caso dos 'tontos' do MBL, ou diz que elas foram adulteradas e não valem nada. As duas coisas não dá"

Moro ficou nu (Foto: Lula Marques/Agência PT)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Helena Chagas, no Divergentes e Jornalistas pela Democracia - Ou bem o ministro Sérgio Moro pede desculpas – “escusas”, como costuma dizer – pelo conteúdo de conversas ofensivas com pessoal da Lava Jato, como fez no caso dos “tontos” do MBL, ou diz que elas foram adulteradas e não valem nada. As duas coisas não dá. Estão cada vez menos convincentes os argumentos do ex-juiz de que as mensagens hackeadas podem não ser verdadeiras, mas que, se forem, não mostrariam “nada demais” em seu conteúdo.

 A entrada de outros veículos de comunicação na divulgação das conversas obtidas pelo The Intercept, como o Blog do Reinaldo Azevedo, na BandNews, e a Folha de S.Paulo, deu força ao escândalo, que havia começado a esfriar com a ida de Moro à CCJ do Senado.  

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Foi uma trégua curta, pois no fim de semana a Folha trouxe, junto com novos diálogos mostrando a proximidade do então juiz com o procurador Deltan Dallagnol, quase uma confirmação da autenticidade do material. A Folha informou não ter identificado nele qualquer traço de adulteração e confirmou ter encontrado íntegras, em meio ao conteúdo recebido, mensagens trocadas por seus próprios repórteres com integrantes da Lava Jato na época.  

Esses arranhões na narrativa de Moro – que, no mínimo, vai ter que se decidir entre contestar a veracidade do material ou dizer que ele não coloca em risco sua imparcialidade – podem explicar sua decisão de não comparecer, nesta quarta-feira, à CCJ da Câmara, conforme havia prometido, e ainda viajar aos Estados Unidos.  

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Sair de cena pode ser uma alternativa para quem sabe que novas conversas virão à tona e, sobretudo, para quem quer aparentar distância da Segunda Turma do STF, que amanhã pode decidir se concede o habeas corpus pedido pela defesa de Lula – ou adiar a decisão, como pareceprovável. 

 Moro sabe que, em nenhuma hipótese, o voto de Minerva do decano Celso de Mello virá no sentido de anular a condenação ao ex-presidente e desmontar a Lava Jato. Mas não existe a mesma certeza em relação a uma possível decisão de ofício de libertar o ex-presidente, ou mesmo passar sua prisão para o regime domiciliar, até que seja esclarecida a autenticidade das mensagens e avaliado se elas comprometem a imparcialidade do ex-juiz.  

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Ainda que o julgamento venha a ser adiado para agosto ou depois, dando ao STJ a chance de, antes disso, dar ao ex-presidente um regime aberto em função da redução de sua pena, Moro e a torcida do Flamengo sabem que trata-se de uma questão de tempo. O caso Vaza-Jato abriu um flanco na operação mãe e arranhou seus protagonistas de forma irreversível.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO