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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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Motim em Manaus, Moro em Portugal e general Heleno vê “Brasil à beira do abismo”

"Nem o mais radical líder da oposição faria um diagnóstico tão cruel no momento em que o governo Bolsonaro completa esta semana apenas cinco meses", diz Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia em referência à declaração do ministro e general Augusto Heleno; "Só espero que os prognósticos do general Heleno não se confirmem enquanto eu ainda estiver vivo"

Motim em Manaus, Moro em Portugal e general Heleno vê “Brasil à beira do abismo” (Foto: Antonio Cruz - ABR)
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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia

Está tudo de pernas para o ar, com o capitão completamente perdido em seu labirinto, e o principal conselheiro dele, o cansado general Augusto Heleno, está fazendo previsões sombrias.

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Em assustadora entrevista ao jornal Valor, Heleno não deixou pedra sobre pedra:

“Subida do dólar, queda abrupta das ações das empresas brasileiras, desabastecimento. Vamos virar uma Venezuela! Vamos disputar arroz no tapa, vamos disputar feijão no tapa!”

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Nem o mais radical líder da oposição faria um diagnóstico tão cruel no momento em que o governo Bolsonaro completa esta semana apenas cinco meses.

O general deve saber do que está falando porque trabalha no Palácio do Planalto em chamas, ao lado do capitão presidente.

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Enquanto isso, no Brasil real, um motim de presos deixa 55 mortos em Manaus e o ministro Sergio Moro, responsável pelos presídios, como se não tivesse nada com isso, vai fazer palestra em Portugal.

Como viaja ao exterior esse ministro, para fazer palestras, participar de debates e receber homenagens… Faz bem, porque aqui dentro só sofre derrotas, uma atrás da outra, no governo e no Congresso.

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Por falar em derrotas, agora o capitão está apanhando também nas redes sociais, seu principal reduto de resistência.

Levantamento do UOL, baseado na plataforma de inteligência de dados Torabit, revela que na micareta fascista de domingo a defesa do governo feita na internet pelos seus seguidores foi menor do que a dos opositores nas manifestações do dia 15 contra os cortes nas universidades.

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A análise dos dados do dia 15 registrou 512 mil menções contra o governo Bolsonaro no Twitter, no Facebook, no Instagram e no Youtube, além de blogs e sites.

No domingo, os devotos de Bolsonaro, nas mesmas redes, não passaram de 300 mil menções.

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Essa foi mais ou menos a mesma proporção dos protestos contra e a favor do governo que se viu nas ruas do país.

Havia bem mais manifestantes, e em mais cidades, no dia 15, do que anteontem.

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Jair Bolsonaro só perde força a cada dia: nas ruas, nas redes, nas pesquisas e no Congresso, onde reina um clima de barata voa sem nenhuma articulação política do governo.

Na entrevista do Valor, general Heleno não contou grandes novidades. Mas, partindo dele, o que me chamou mais a atenção foi a referência que fez ao desabastecimento, algo que eu não tinha sentido ainda no bairro onde moro em São Paulo.

“Vivemos uma crise de desabastecimento seríssima no país, e até hoje os caras querem esconder isso, contar uma história diferente”, disse ele.

Que caras, cara pálida, querem esconder esse problema? Afinal, vivemos num regime oficial de fakenews, desde a campanha eleitoral, em que o presidente da República muda de ideia e fala coisas diferentes, a toda hora, sobre os mesmos assuntos.

Para não variar, quem melhor resumiu este cenário caótico e apontou a raiz do problema foi o filósofo popular Zé Simão, melhor comentarista político do país:

“Ato a favor de Bolsonaro é contra o resto do mundo! Bolsominions culpam todo mundo pela incapacidade do Bozo de governar”.

Ainda não deu meio dia, muita coisa pode acontecer antes desta terça-feira terminar. Eu não arrisco palpites. Entramos no campo do imponderável e do imprevisível.

Quem sabe o que se passa na cabeça daquele tenente aloprado, que queria jogar bombas nos quartéis e na Cedae, reformado pelo Exército como capitão, aos 33 anos?

Só espero que os prognósticos do general Heleno não se confirmem enquanto eu ainda estiver vivo.

Salve-se quem puder.

E vida que segue.

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