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Valéria Guerra Reiter

Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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MST, uma questão de ordem

O MST nasceu na década de 1980, e sua busca incessante por justiça social na ocupação da terra é seu lema principal, escreve Valéria Guerra Reiter

Atos do MST (Foto: Divulgação)
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Há uma história da pobreza e suas vertentes desde que há um mundo capitalista,  lê-se o trecho a seguir como  um norteador/embasador de tal dilema:“ Antes da idade capitalista, o capital era acumulado principalmente através do comércio significando não apenas a troca de mercadorias, mas incluindo também a conquista, pirataria, saque, exploração”. 

Não foi em vão que as cidades-Estados italianas se prontificaram a ajudar a Europa ocidental nas Cruzadas.

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O término dessas guerras religiosas encontrou Veneza, Gênova e Pisa controlando um rico império. E os conquistadores italianos aproveitaram ao máximo sua oportunidade. Uma corrente de riqueza do Oriente para as mãos de seus comerciantes e banqueiros.

Uma das melhores autoridades no assunto, John A. Hobson, disse sobre esse comércio italiano com o Oriente: Assim, muito cedo foram lançadas as bases do comércio lucrativo que proporcionou à Europa ocidental a riqueza necessária para a posterior expansão dos métodos capitalistas de produção

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O MST nasceu na década de 1980, e sua busca incessante por justiça social na ocupação da terra é seu lema principal. Como movimento social esta corrente de trabalhadores rurais somente deseja plantar e colher seu sustento advindo da mãe terra. No entanto, vimos brotar do infecundo solo político partidário de homens e mulheres parlamentares o desejo sanguinário de oprimir tal movimento através de uma CPI, que tem como objetivo final: criminalizar as ações benéficas do MST. O MST possui um histórico de disposição organizada, que nos dá subsídio para entender o quanto a referida bandeira, é uma questão de ordem; e um exemplo a ser seguido.

Já a questão de ordem na Casa Parlamentar, é instrumento utilizado pelo congressista, deputado ou senador, para suscitar, em qualquer fase da sessão conjunta, dúvida sobre a interpretação do Regimento Comum e dos Regimentos subsidiários, relacionada com a matéria tratada na ocasião. É decidida pelo presidente da sessão, sendo a decisão irrecorrível, a menos que esteja relacionada a dispositivo constitucional. E durante a CPI do MST, instaurada há poucos dias, há uma chuva de “questões de ordem” que partem da argúcia dos participantes ávidos de inquerir aqueles que estão ligados direta ou indiretamente ao movimento; encontrando em sua relatoria o antagonismo direitista do latifúndio, que tenta impor seu grandiloquente poderio...Em última sessão da Comissão parlamentar de inquérito falas como a grafada a seguir demonstram o quanto vivemos em uma grandiosa fazenda chamada Brasil: “o governador de Goiás Ronaldo Caiado (União), declarou nesta quarta-feira (31/5) que o MST tem ligação com o tráfico de drogas, que o movimento "não existe" por não ter CNPJ e ainda frisou que não há invasões de terra no estado. Caiado foi ouvido pela CPI,  que investiga o movimento rural.

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Afinal, ordem, significa uma disposição organizada. E há ordenação de atos profícuos no MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA, vejamos algumas notícias históricas do movimento que irá completar quatro décadas: “as atuações que o MST realizou no Setor de saúde também está sendo exitoso ao longo de sua existência, principalmente no atual contexto de pandemia. O Movimento realizou um esforço autônomo de enfrentamento do novo coronavírus, com mapeamento, monitoramento e acompanhamento dos casos de COVID-19, com a identificação de médicos e representantes do setor de saúde para atuarem nos territórios do MST, e com a produção e doação de álcool, máscaras e fitoterápicos.

Além disso, o MST também conta com canais de comunicação para transmissão de informações, além de cuidados e ações como a guarita sanitária para controle de entrada e saída das pessoas nos territórios dos assentamentos. 

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As pesquisadoras Carmen Teixeira e Larissa Barros destacaram este olhar para a saúde de forma mais holística e diferente da visão da civilização ocidental moderna que leva, inclusive, à exploração dos recursos naturais à depredação do meio ambiente, no ano de 2020.

“O que nos chamou a atenção, quando começamos a  aprofundar análise das concepções e práticas de saúde do MST, foi perceber que  ele vem produzindo em conhecimento, um saber prático que se expressa na vinculação estreita da luta pela Saúde com a luta pela Terra”, ressaltam”. 

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Desde o início da pandemia, o Movimento também tem realizado ações de reflorestamento, como o plano nacional plantar árvores, e produzir alimentos saudáveis, e diversas atividades de solidariedade, com doações de alimentos oriundos da agricultura camponesa, marmitas e cestas agroecológicas nos municípios onde o Movimento atua, como forma de dar subsistência neste momento em que a renda de muitos trabalhadores está comprometida. É importante ressaltar também que a Reforma Agrária Popular, projeto de democratização da terra do MST, é pautado pelo desuso de agrotóxicos, ou seja, uma produção em equilíbrio com o meio ambiente e sem veneno. 

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