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Chico D’Angelo

Médico, ex-diretor do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro e deputado federal (PDT-RJ)

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Mudanças na cultura

O momento é grave e a mudança no ministério apenas aprofunda a ideia de que o papel transformador da cultura está em xeque. Todas e todos aqueles que pensam e vivenciam a cultura em sua dimensão política inclusiva e cidadã devem estar atentos nos próximos dias aos rumos que o ministério vai tomar

Brasília - O novo ministro da Cultura, Marcelo Calero, durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil) (Foto: Chico D’Angelo)
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A saída surpreendente e ainda não explicada do Ministro da Cultura, Marcelo Calero, apenas comprova o processo de esvaziamento que a pasta vem sofrendo desde a chegada de Michel Temer ao poder. A cultura, definitivamente, é encarada como uma área secundária pelo atual governo.
O Planalto indicou o Deputado Federal Roberto Freire, que não tem um histórico de militância na área e nem era um nome cogitado pelos agentes da cultura, para assumir o cargo.

O momento é grave e a mudança no ministério apenas aprofunda a ideia de que o papel transformador da cultura está em xeque; fato expresso no enfraquecimento dos projetos mais bem sucedidos das gestões de Gil e Juca Ferreira, como o Cultura Viva e os pontões de cultura, que reconheciam o protagonismo dos territórios na prática cultural cotidiana.

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Todas e todos aqueles que pensam e vivenciam a cultura em sua dimensão política inclusiva e cidadã devem estar atentos nos próximos dias aos rumos que o ministério vai tomar. O deslocamento da política pública cultural, do campo político para o campo meramente administrativo, não é desprovido de intencionalidade: desmobilizar o povo brasileiro para fazer o serviço de desmonte das políticas públicas de bem estar social e aniquilar os direitos dos trabalhadores, para favorecer os rentistas. Esvaziar o campo potencialmente transformador e inclusivo da cultura, para atingir estes objetivos, é estratégico.

Esperemos, ao menos, que o novo ministro, de forma urgente, se posicione sobre a PEC 241 e os efeitos que ela terá sobre a gestão no setor cultural, assunto que nos parece da máxima relevância para o setor.

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Não custa lembrar que as despesas com saúde e educação são obrigatórias. Com a cultura, são discricionárias. A necessidade de manutenção das despesas obrigatórias e o déficit da previdência inevitavelmente levarão a cortes significativos de despesas discricionárias, inviabilizando a própria existência de políticas públicas de gestão para o setor cultural.

Aguardemos, com atenção participativa e no cumprimento do nosso papel fiscalizador, os rumos que o novo ministro pretende dar a pasta, com a disposição e o espírito republicano para reconhecer possíveis acertos e sem receio de denunciar com veemência, em nome da cultura, tudo que nos parecer contrário aos interesses do setor e do Brasil.

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