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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Na dúvida quanto ao futuro, o general Heleno saberá ligar o foda-se contra todos nós

"A capa da IstoÉ, em edição antecipada, nos remete à edição do Correio da Manhã às vésperas do golpe de 1964. Um “Basta” em letras garrafais dava o empurrão que faltava para depor o presidente João Goulart. As épocas se misturam numa bagunça alucinada, que apenas aponta numa direção: PERIGO", escreve Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia

General Heleno e Jair Bolsonaro (Foto: ABr)
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia 

A capa da IstoÉ, em edição antecipada, nos remete à edição do Correio da Manhã às vésperas do golpe de 1964. Um “Basta” em letras garrafais dava o empurrão que faltava para depor o presidente João Goulart. A movimentação das tropas de baixa patente contra os parcos soldos e condições de tratamento pelos superiores, na Marinha, outra coincidência que nos remete àquela semana fatídica que nos jogou em 21 anos de trevas.

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As coincidências, porém, param neste ponto. Daí por diante, é como se alguém tivesse aberto uma gaveta e virado de ponta cabeça, deixando esparramar o conteúdo de forma desordenada. As épocas se misturam numa bagunça alucinada, que apenas aponta numa direção: PERIGO.

Quando tentamos juntar as pontas e montar um cenário, como se costuma fazer para entender o momento político, é como se a máquina do tempo tivesse pirado. Buscamos na estante livros de teorias, e eles já não permitem paralelos com a realidade. Buscamos as notícias, e os fatos batem uns de encontro a outros, de forma estonteante. E quando separamos cada acontecimento, tentando colocá-lo em um contexto, eles não fazem sentido. Não se encaixam em nenhum conjunto. 

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Uma frase dita em Washington, durante recepção oferecida pelo embaixador Sérgio Amaral, pelo recém-empossado presidente Jair Bolsonaro, ecoa ainda hoje e, mesmo que nos pareça fora de hora, é dela que devemos lembrar e tirarmos uma pista. “Antes de Construir, é preciso desconstruir muita coisa no Brasil”. Ele só não explicou a amplitude de sua destruição.

Não deixou claro, por exemplo, que destruiria sentimentos, comportamentos, famílias, a economia, os meios de produção, os direitos dos trabalhadores, o funcionamento dos órgãos públicos, a floresta, as relações entre os poderes, e a reputação de jornalistas que buscam transmitir os governos e o seu cotidiano, para a sociedade. 

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Bolsonaro não disse que incitaria a população a ficar contra as regras que tornam um país civilizado. E, com certeza, não dirá que respaldado por aqueles que o expulsaram de suas fileiras, os militares, ele agora dita o que vale e o que não vale. Bolsonaro esqueceu de avisar que o seu governo é nau sem rumo. A Carta náutica foi lançada ao mar. A tormenta que se avizinha pode obrigá-lo a recolher as velas, mas, na dúvida, ele chamará o general Heleno. O general saberá ligar o “foda-se” contra todos nós. Agarrem-se aos seus coletes.

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