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Renato Farac

Engenheiro Florestal formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ/USP). Membro do Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

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Nada de militares! Formar comitês de autodefesa indígenas

Indígenas Yanomami tem que formar comites de autodefesa para proteger suas terras e suas famílias dos ataques do latifúndio

Indígenas defendendo seus territórios (Foto: Reprodução)
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Os indígenas Yanomamis estão sofrendo com os ataques do governo Jair Bolsonaro e da direita do estado de Roraima. As mineradoras e latifundiários da região, além das medidas de Bolsonaro para legalização do garimpo e ataque as terras indígenas, está incentivando e financiando a invasão de garimpeiros dentro da Terra Indígena Yanomami. A Terra Indígena Yanomami possui 9.419.108 hectares que possuem diversas riquezas cobiçadas pela direita, como ouro e terras férteis.

Desde a subida de maneira fraudulenta de Jair Bolsonaro a presidência da República, os ataques contra os indígenas se intensificaram e as invasões de suas terras se tornaram uma constante. Já são aproximadamente 25 mil garimpeiros dentro da área explorando de maneira aberta e sem nenhum controle, destruindo os recursos naturais e contaminando os rios com mercúrio, e também, levando doenças como o coronavírus a comunidades isoladas. Outra informação interessante é que o garimpo triplicou na área desde o golpe em 2016 contra Dilma Rousseff.

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Nesse último período se intensificou a violência dos garimpeiros nas proximidades da aldeia Palimiú, com ataques de garimpeiros durante o dia e com armamento pesado. Vídeos mostram mulheres e crianças que estavam na beira do rio quando chegou os barcos de garimpeiros atirando e causando terror dentro da aldeia.

Os indígenas reagiram e conseguiram controlar a situação sem maiores danos para a comunidade e deixando garimpeiros feridos. Lideranças Yanomami relatam que dia 27 de abril ocorreu outra troca de tiros entre um grupo de Yanomami e oito garimpeiros, após os indígenas interceptarem uma carga de 990 litros de combustível que seriam usados nos acampamentos de garimpeiros.

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As ações do garimpo ocorrem sem maiores preocupações. Nem sequer se escondem, sendo o vai e vem de helicópteros, aeronaves e barcos constantes para levar equipamentos, alimentação e o outro explorado dentro da terra indígena. Até show de cantores famosos da região ocorrem com propaganda e tudo dentro do garimpo. Ou seja, o governo sabe que ocorre o garimpo e não faz absolutamente nada, apenas fecha os olhos e incentiva a invasão dos garimpeiros.

Com a ação do garimpo e a violência contra os indígenas, o Ministério Público Federal (MPF) “ingressou na Justiça com pedido de liminar para que a União destaque, imediatamente, tropa policial e/ou militar para permanência ininterrupta, vinte e quatro horas por dia, na comunidade indígena Palimiú, na Terra Indígena Yanomami (TIY)”. Segundo o MPF, “as forças militares devem permanecer na comunidade até que seja implementado o plano emergencial determinado dentro da ACP e até que a União demonstre, no processo, a extrusão de todos os garimpos situados num raio de 100 km da comunidade”.

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É um tremendo equívoco do MPF e o envio das forças armadas somente irá piorar a situação para os indígenas. E vamos procurar mostrar aqui que as Forças Armadas vão incentivar o garimpo em vez de combatê-los. Recentemente o governo Bolsonaro implantou a Operação Verde Brasil para “combater” o desmatamento e as queimadas na Amazônia, aplicando a lei de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região e colocando os órgãos como Ibama e ICMBio sob controle dos militares, e coordenados pelo vice presidente General Mourão.

O governo federal retirou os órgãos ambientais que tinham certa competência profissional (técnica) para realizar as fiscalizações e colocou as forças repressivas que, na prática, já mostraram sua ineficiência no que diz respeito à fiscalização para preservação ambiental. Evidenciam que o real objetivo dessa ação é reprimir a população que vive nesses territórios como os indígenas, pequenos produtores e sem terras e, além disso, acobertar os crimes promovidos pelo latifúndio.

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Nesse período foram registrados as maiores taxas de desmatamento e queimadas dos últimos anos e os militares esconderam os culpados.

Colocar as forças armadas é um enorme erro e a repressão contra os indígenas irá aumentar muito. É preciso formar comitês de autodefesa dos indígenas, formados pelos próprios indígenas para defender suas terras da direita e do latifúndio.

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