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Lula Miranda

Poeta, cronista e economista. Além de colunista do 247, publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média

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Não seremos um mero ajuntamento de arrivistas

Para a nossa maior fortuna, essas pessoas desprezíveis, mas ruidosas (e ruinosas), representam apenas uma parte da nossa elite – mas, felizmente, não toda a nossa elite

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Um país não se define e se impõe perante o mundo apenas pela dimensão do seu território e pelas suas riquezas naturais. Mas também, e principalmente, pela união de povos variados, de diversos estamentos (classes), raças, religiões e etnias em busca do desenvolvimento e do bem comum. Um país que se pretende próspero e desenvolvido; que serve como líder e paradigma para toda a América Latina; que reivindica um assento no Conselho de Segurança da ONU; que é a sétima economia do mundo, não pode se comportar como um mero “ajuntamento de arrivistas”. Mas essa lição, esse pressuposto básico, ao que parece, parte significativa da nossa elite ainda não aprendeu.

E não falo tão somente do episódio recente dos inacreditáveis impropérios dirigidos à presidente da República. Embora, estou seguro, muitos dos nossos jovens não lutaram contra uma ditadura militar, não foram torturados em seus porões sombrios, não saíram às ruas pelas “Diretas já!” para vir a testemunhar o vexame da sua primeira presidenta eleita pela maioria absoluta dos brasileiros ser apupada de forma tão vil e sórdida. Presidenta esta que, quando jovem, enfrentou, com coragem e bravura, as dores e a ignomínia da opressão, do arbítrio e da tortura. E não merecia, de forma alguma, ouvir aquelas palavras imundas daquele coro de infames.

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Eu falo de uma elite que apenas se comporta inapropriadamente em meio ao anonimato da uma turba em estádios de futebol. Mas, e principalmente, fora deles. 

Uma elite que em seus convescotes hedonistas, em varandas gourmet em apartamentos suntuosos à beira de avenidas oceânicas, cheira cocaína da pura em bandejas de prata com canudinhos de ouro; bebe champanhe Cristal (cerca de R$1.600,00 a garrafa) e se distrai/diverte escarrando ou atirando ovos frescos nos “podres” pobres que, desavisados, passam na calçada lá em baixo. Ou que, no silêncio e anonimato das madrugadas, joga jatos de água de extintores em mendigos nas sarjetas das ruas das grandes cidades.

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Uma elite que, falso moralista e hipócrita, condena os políticos e a corrupção, mas que, apesar de não enxergar a sua imagem real nos espelhos embaçados de suas suítes de banheiros com carpetes felpudos, é ela mesma corrupta e corruptora. E que é composta por indivíduos que cometem em seu cotidiano, alguns sem sequer se aperceberem, mas outros sem pudor ou pejo, pequenos e grandes delitos, crimes e, sobretudo, atos de corrupção e vilania.

Cabe a pergunta: é viável e possível construir um grande país a despeito de uma elite dessa natureza?

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Sim, apresso-me em lhes responder antes que lhes assalte o desalento. Não só é viável e possível, como é esse o nosso inadiável destino. 

Não somente porque jamais entregaríamos o nosso destino e o futuro do Brasil a gente dessa laia. Mas porque já não somos os escravos de antanho, amontoados, escondidos e humilhados nas senzalas – haja vista a força dos movimentos sociais, as recentes greves e as organizações dos trabalhadores hoje. Porque somos, há muito, donos do nosso destino e não entregaremos o nosso futuro nas mãos de “dondocas” e “playboyzinhos”.  

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Para a nossa maior fortuna, essas pessoas desprezíveis, mas ruidosas (e ruinosas), representam apenas uma parte da nossa elite – mas, felizmente, não toda a nossa elite. Pois a nossa elite tem gente decente, trabalhadora, educada, humana, culta e de fato preocupada com os rumos do país. E, sobretudo, ocupada/empenhada em construir uma nação menos injusta e desigual. Aliás, esta é a nossa verdadeira elite.

Essas pessoas dessa outra, a “pseudo-elite”, estou seguro, são apenas os chamados “emergentes” ou “novos ricos”; aqueles que se perderam em seu despudor e ignorância, em sua falta de vergonha e escrúpulos, em sua sanha arrivista por mais e mais dinheiro, no seu esforço desmedido/desmesurado por galgar degraus na pirâmide social, na tola busca pelo ouro dos tolos, pela riqueza dos pobres de espírito.

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E perdidos querem nos levar com eles para o fundo do poço de sua vidinha estéril e ordinária, sem sentido, desprezível.

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