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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Não tem mais 2018 para Aécio, Serra e Alckmin

"Quando Aécio Neves defende, publicamente, o caixa 2 'do bem' e condena o 'do mal', ele praticamente confessa a prática de caixa 2 e, de acordo com as leis vigentes no país, qualquer caixa 2 é crime tipificado e com pena de reclusão", destaca o colunista Alex Solnik; "Deputados e senadores da lista dificilmente vão se reeleger se não fizerem das tripas coração para agradar ao eleitor. Nas eleições majoritárias, as baixas são de tal monta que praticamente alijaram os principais candidatos do PSDB da disputa", afirma o jornalista; "Aécio, que confessou caixa 2; Alckmin, identificado como o 'Santo' da Odebrecht, e Serra, em cuja conta na Suíça foram depositados 23 milhões de reais, não têm mais condições de disputar a presidência em 2018"

"Quando Aécio Neves defende, publicamente, o caixa 2 'do bem' e condena o 'do mal', ele praticamente confessa a prática de caixa 2 e, de acordo com as leis vigentes no país, qualquer caixa 2 é crime tipificado e com pena de reclusão", destaca o colunista Alex Solnik; "Deputados e senadores da lista dificilmente vão se reeleger se não fizerem das tripas coração para agradar ao eleitor. Nas eleições majoritárias, as baixas são de tal monta que praticamente alijaram os principais candidatos do PSDB da disputa", afirma o jornalista; "Aécio, que confessou caixa 2; Alckmin, identificado como o 'Santo' da Odebrecht, e Serra, em cuja conta na Suíça foram depositados 23 milhões de reais, não têm mais condições de disputar a presidência em 2018" (Foto: Alex Solnik)
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Quando Aécio Neves defende, publicamente, o caixa 2 "do bem" e condena o "do mal", ele praticamente confessa a prática de caixa 2 e, de acordo com as leis vigentes no país, qualquer caixa 2 é crime tipificado e com pena de reclusão.

Ao defender caixa 2, qualquer caixa 2, ele defende um crime.

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A ingenuidade dele só é comparável à de Marcelo Odebrecht.

Como seu pai, Emilio, declarou, a corrupção na Odebrecht era regra há 70 anos, desde os tempos do fundador, Norberto.

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Durante sete décadas tudo funcionou perfeitamente, e compensou e muito: a empreiteira se tornou a maior do Brasil e uma das maiores da América Latina. E nada foi descoberto.

Ninguém jamais desconfiou que a Odebrecht comprava políticos e, em consequência, ganhava polpudos contratos em estatais, medidas provisórias de seu interesse e inside information.

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Aí o primogênito assume a presidência e resolve profissionalizar o setor. Ou seja, transforma uma atividade que, para ser bem sucedida, depende basicamente de ficar entre quatro paredes, não deixar pistas e guardar segredos num departamento da empresa com muitos funcionários que passam a contabilizar a movimentação, deixando, portanto, pegadas. Com a criação do departamento, Marcelo dividiu os segredos com dezenas de pessoas. Impossível manter o sigilo dessa forma.

Ao contabilizar oficialmente as doações milionárias a políticos no caixa 2, Marcelo apontou o dedo para si próprio, pois admitiu que é uma das faces das moeda: se tais e tais políticos foram corrompidos, ele é o corruptor.

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Não entendo como um empresário à frente de um grupo multinacional do porte da Odebrecht foi capaz de cometer essa besteira. Oficializou a corrupção. Talvez achasse que estava acima de qualquer suspeita e jamais seria atingido, por ser grande demais, talvez quisesse vingar-se dos políticos: "eu dou dinheiro, mas anoto tudo e até coloco apelido em vocês".

Duvido que os políticos soubessem que entravam na planilha da empresa, com apelido e tudo.

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Agora, não há dúvida que a Odebrecht, com expertise de 70 anos na suruba, só fez doações com verbas oriundas de contratos espúrios com estatais, ou seja, de caixa 2. Dinheiro que não podia ser contabilizado no seu caixa 1 porque oriundo de roubo em contratos e licitações forjadas. Era dinheiro que só servia para uma coisa: doar aos políticos que ajudavam pessoalmente ou por meio de seu partido a conseguir os contratos ou fazer outros favores comerciais.

E, portanto, quem pegou – involuntariamente ou não – lavou o dinheiro roubado. É um crime gravíssimo.

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Os políticos envolvidos estão em polvorosa porque sabem o que fizeram nas campanhas. E os eleitores também sabem.

E a próxima campanha é no ano que vem.

O assunto em Brasília não é o país, não são os caminhos para sair da crise, mas como salvar da morte política quem está na lista de Janot.

É verdade que até chegar aos finalmente, ou seja, à sentença final a estrada é longa.

No entanto, as consequências políticas são imediatas.

Presidentes da Câmara e do Senado sob suspeita perdem força para aprovar a pauta do governo.

Ministros à beira da investigação ficam mais preocupados em apagar rastros e se proteger do que em tocar projetos da sua pasta.

Deputados e senadores da lista dificilmente vão se reeleger se não fizerem das tripas coração para agradar ao eleitor.

Nas eleições majoritárias as baixas são de tal monta que praticamente alijaram os principais candidatos do PSDB da disputa.

Aécio, que confessou caixa 2; Alckmin, identificado como o "Santo" da Odebrecht, e Serra, em cuja conta na Suíça foram depositados 23 milhões de reais, não têm mais condições de disputar a presidência em 2018.

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