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Maria Luiza Franco Busse

Jornalista há 47 anos e Semiologa. Professora Universitária aposentada. Graduada em História, Mestre e Doutora em Semiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dissertação sobre texto jornalístico e tese sobre a China. Pós-doutora em Comunicação e Cultura, também pela UFRJ,com trabalho sobre comunicação e política na China

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Nazista

Bolsonaro goza com a cara da democracia liberal burguesa ao fazer uso de seus princípios para afirmar que apelos pela volta da ditadura são liberdade de expressão e respeito ao isolamento social é atentar contra o direito de ir e vir dos cidadãos

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Bolsonaro debocha da democracia. Disse que são infiltrados os que pediam um novo AI-5, o fechamento do Congresso, do Supremo Tribunal Federal, e a intervenção militar, na manifestação do dia 19 de março em Brasília, em frente ao quartel do Exército. Mentira. São seus correligionários desde a primeira hora.

Bolsonaro goza com a cara da democracia liberal burguesa ao fazer uso de seus princípios para afirmar que apelos pela volta da ditadura são liberdade de expressão e respeito ao isolamento social é atentar contra o direito de ir e vir dos cidadãos. Conversa. É crime previsto em lei a apologia à ditadura militar e a liberdade de expressão não pode ser evocada para proteger discursos que pregam a propaganda pública de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política e social.

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O que Bolsonaro executa é o constitucionalismo da ‘ditadura democrática’. Não à toa, declarou na porta do Palácio do Planalto: “eu sou, realmente, a Constituição”. De que ordenamento constitucional estava falando? O que serviu ao nazismo que tem como lógica política o enfrentamento entre amigo e inimigo. Nessa perspectiva, a democracia é percebida como um regime fraco, incapaz de frear o avanço do comunismo, por exemplo. “Uma democracia pode ser militarista ou pacifista, absolutista ou liberal, centralista e descentralizada, progressista ou reacionária, sem deixar de ser democracia”, diz um trecho do texto que fundamenta o sentido de exceção que passaria a ser o novo normal da vida moderna.

Na ditadura democrática do tirano que toma assento na presidência do Brasil, em decorrência de uma eleição só possível a partir do golpe de 2016, está contemplada a fusão entre a figura do legislador e a do executivo. Isso porque no escopo dessa democracia o oposto à ditadura não é a liberdade, mas o diálogo. Bolsonaro não foi eleito pela maioria. As práticas democráticas inclusivas é que foram derrotadas. Como já foi dito, os tiranos não precisam da maioria para chegar ao poder. Maioria é uma construção posterior levada a cabo pela violência para a manutenção do poder. Hitler foi derrotado nas eleições legislativas de 1932. Foi nomeado Chanceler em 1933 por pressão dos industriais e banqueiros mais importantes da Alemanha, em carta firmada e enviada ao aristocrata marechal Paul Von Hindenburg, presidente da República de Weimar. O capital financeiro que nunca apreciou a democracia, os direitos civis, os sindicatos e a liberdade de discussão, elegeu o que Hindenburg teve que celebrar como a “nova força” na “velha grandeza”.

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Como na Alemanha, aqui também os sinais apontaram para a tempestade. E ela chegou. Teve até exibição do seu triunfo nas redes sociais com um ministro no exercício do cargo protagonizando a clássica cena da dança que consagrou o filme ‘Singin’ in the rain’.  O deboche, a perversão, e o ridículo das tiranias, são eternos.

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