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Luis Felipe Miguel

Professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB). Os textos reproduzidos nesta coluna são postados originalmente no Facebook do autor

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Nelson Marchezelli é o retrato da PEC 241

"Está circulando um vídeo em que, pressionado pelos entrevistadores, o deputado Nelson Marquezelli explode e diz que 'quem não tem dinheiro não faz universidade'", diz Luis Felipe Miguel, professor de ciência política da Universidade de Brasília; "Não tenho dúvida de que essa é a visão que está por trás da PEC 241. A visão de que não cabe ao Estado fornecer nenhum tipo de serviço, que cada um deve comprá-los no mercado de acordo com os recursos de que dispõe. É o famoso Estado mínimo. Seus defensores chamam isso de triunfo da liberdade. Eu chamo de barbárie"

"Está circulando um vídeo em que, pressionado pelos entrevistadores, o deputado Nelson Marquezelli explode e diz que 'quem não tem dinheiro não faz universidade'", diz Luis Felipe Miguel, professor de ciência política da Universidade de Brasília; "Não tenho dúvida de que essa é a visão que está por trás da PEC 241. A visão de que não cabe ao Estado fornecer nenhum tipo de serviço, que cada um deve comprá-los no mercado de acordo com os recursos de que dispõe. É o famoso Estado mínimo. Seus defensores chamam isso de triunfo da liberdade. Eu chamo de barbárie" (Foto: Luis Felipe Miguel)
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Está circulando um vídeo em que, pressionado pelos entrevistadores, o deputado Nelson Marquezelli explode e diz que "quem não tem dinheiro não faz universidade".

Não tenho dúvida de que essa é a visão que está por trás da PEC 241. A visão de que não cabe ao Estado fornecer nenhum tipo de serviço, que cada um deve comprá-los no mercado de acordo com os recursos de que dispõe. É o famoso Estado mínimo. Seus defensores chamam isso de triunfo da liberdade. Eu chamo de barbárie. É um bom debate.

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Mas não há debate. Se o Estado mínimo é tão bom, porque os defensores da PEC não o evocam? Marquezelli só soltou sua frase porque foi provocado e perdeu a cabeça. Mas a propaganda a favor do congelamento do investimento social nunca assume o projeto de país que abraça (*). Em vez disso, aposta em:

(1) Mentiras quanto a seus efeitos, como na afirmação reiterada de que não haverá prejuízo à saúde pública. Todos os economistas sérios, independentemente de posição política, têm apontado que a PEC gerará profunda crise no financiamento da saúde e da educação, além do achatamento do poder de compra do salário mínimo. Efeitos que os defensores do Estado mínimo deveriam festejar, mas que eles hoje preferem esconder.

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(2) Desinformação quanto ao conteúdo da PEC. Quem sair da bolha e espiar o que se diz aqui mesmo no facebook vai ver, por exemplo, muita gente achando que o objetivo da PEC é impedir aumento no salário dos parlamentares. O fato de que esse tipo de percepção ganhe curso é mais uma prova do nível abissal da ignorância política que grassa no nosso país.

(3) Delírio, alucinação, desvario. Não estou exagerando: o MBL sustenta que o objetivo da PEC é salvar o Brasil do comunismo.

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É fácil entender o porquê desse ocultamento. A tese do Estado mínimo é intragável; num país como o Brasil, chega a ser obscena. Por isso, a primeira batalha na luta contra a PEC é vencer o cerco da desinformação. Explicar o que ela é e quais suas consequências. Todos nós precisamos, em todos os espaços possíveis, travar essa batalha.

A segunda batalha é vencer o desencanto e o marasmo e transformar a repulsa ao retrocesso em mobilização popular. Ninguém está dizendo que vai ser fácil, mas é o único caminho.

(*) Postagem de facebook com nota de rodapé é podre, mas vá lá: estou sendo generoso. A PEC contempla também o projeto de um país a ser saqueado pelo rentismo. O Estado mínimo é a face "respeitável" dela.

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(texto originalmente postado em seu facebook)

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