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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Nenhum ser vivo está imunizado contra a morte

Fazendo uma análise do comportamento dos que elegeram Jair Bolsonaro, o jornalista Ribamar Fonseca indaga: "Afinal, do que tem medo os que fazem tudo para manter o ex-presidente na prisão? Da sua liderança? Da sua popularidade? Da sua força política? Qual a justificativa para tamanho esquema de segurança? Depois da ida do líder petista ao velório do seu neto, cercado por um batalhão de policiais fortemente armados, ficou a impressão de que os seus adversários se borram de medo da sua liberdade", enfatizou

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A eleição de Bolsonaro libertou os monstros que habitavam no interior de muita gente. Na verdade, desde a campanha eleitoral o capitão já havia despertado, com seus discursos de ódio, os piores instintos dos seres humanos, que deram vazão a eles nas redes sociais, cujas agressões estúpidas saltaram da internet para as ruas, causando inclusive mortes. As postagens, mentirosas e agressivas,  até hoje são repassadas pelos rola-bostas que, enlouquecidos pelo ódio que circula em suas veias, compartilham tudo o que possa representar alguma forma de apoio ao novo presidente. O inexplicável ódio contra Lula, que foi disseminado pela mídia durante vários anos, contaminou com maior facilidade os bolsonaristas, que não hesitam em despejá-lo contra o ex-presidente até nos momentos de dor.  E a Internet se transformou num gigantesco esgoto virtual, onde são vomitados diariamente dejetos morais que causam nojo, como os do filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, que agrediu Lula por conta da morte do seu neto Arthur. As hienas estão soltas e não respeitam a dor de ninguém.

A juíza Carolina Lebbos, a mesma que proibiu Lula de dar entrevistas e de ir ao velório do irmão Vavá, só permitiu que ele permanecesse duas horas no velório do neto, em São Bernardo do Campo, e assim mesmo cercado por um espalhafatoso esquema de segurança que incluiu centenas de homens armados de fuzis e metralhadoras, alguns exibindo no peito o símbolo da policia americana. Lula não podia falar com ninguém. O delegado da Policia Federal que o escoltava  não queria nem que ele acenasse para o povo que o saudava. Afinal, que Justiça é essa, que trata o melhor presidente que este país já teve, preso apenas para não concorrer às eleições e permitir a ascensão de Bolsonaro, como se fosse o mais perigoso dos criminosos. Que crime ele praticou para se tornar tão perigoso? Pelo visto foi o crime de ter tirado 40 milhões de brasileiros da linha de pobreza; de ter aberto as portas das universidades para negros e pobres; de ter melhorado a renda do povo; de ter tornado o Brasil um país respeitado em todo o mundo.

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O Supremo Tribunal Federal que, como guardião da Constituição, deveria conter os excessos dos juízes, obrigando-os a manter-se nos limites da Lei, vergonhosamente é o primeiro a desrespeitar a Carta Magna, endossando os atos dos magistrados de instâncias inferiores ou simplesmente ignorando-os. Poderia ter exigido da juíza de Curitiba o cumprimento da lei que autoriza a saída de presos para enterrar seus mortos mas não estabelece prazos e nem proíbe o preso de acenar. Não o fez, porém, preferindo o silêncio. Com uma Suprema Corte como essa o Brasil nem precisa de Justiça, o que provavelmente levou o filho do presidente a dizer que poderia fechá-la apenas com um cabo e um soldado. O ministro Gilmar Mendes, que foi nomeado para o STF por FHC, foi o único que telefonou para Lula a fim de hipotecar-lhe solidariedade. Os ministros nomeados por ele, quando no exercício da Presidência – Dias Tóffoli, Carmen Lucia, Rosa Weber, Luiz Fux e Ricardo Lewandowski –  se mostraram indiferentes à sua dor, talvez por covardia, com medo da pressão dos bolsonaristas.

Afinal, do que tem medo os que fazem tudo para manter o ex-presidente na prisão? Da sua liderança? Da sua popularidade? Da sua força política? Qual a justificativa para tamanho esquema de segurança? Depois da ida do líder petista ao velório do seu neto, cercado por um batalhão de policiais fortemente armados,  ficou a impressão de que os seus adversários se borram de medo da sua liberdade. A simples imagem de Lula livre, um homem de 73 anos com a cabeça coroada de cabelos brancos, faz tremer os que o mantém na prisão. Daí a mobilização imediata de magistrados e policiais federais todas as vezes em que surge uma possibilidade dele ser libertado. Todos os que participam do cerco a Lula e os que tripudiaram sobre o seu sofrimento pela perda do neto, no entanto, chegando a comemorar a morte do menino e a dizer que era “castigo de Deus”, esquecem que não estão imunizados contra a morte, nem os seus entes queridos e, portanto, estão sujeitos ao mesmo sofrimento. Deus, que é só justiça e bondade, não castiga ninguém, mas todos os seres vivos, como lembrou Sócrates, estão condenados pela natureza e um dia terão de prestar contas à Justiça Divina. Ninguém fica impune. Como disse Jesus, são “sepulcros caiados por fora e podres por dentro”.

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