No carnaval dos generais de pijama, ministros olavetes batem palmas para ver louco dançar
"A porta-bandeira Damares e o mestre-sala colombiano evoluem com garbo pela avenida da insensatez, trocando o samba pelo Hino Nacional ao pé da goiabeira. O chanceler aloprado quer guerra a qualquer preço e, sem saber o que fazer, o capitão sumiu até das redes sociais", ironiza o jornalista Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia; "nos folguedos momescos desta cabulosa era da nova ordem, com os generais de pijama disputando espaço com os filhos do capitão, nem tudo vai acabar na Quarta-feira de Cinzas. O pior é isso: pode estar só começando..."
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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia
No grande picadeiro federal, os ministros olavetes endoidaram de vez.
Ficam batendo palmas para ver louco dançar, enquanto os generais do Planalto não se entendem sobre o que fazer com a Venezuela.
A porta-bandeira Damares e o mestre-sala colombiano evoluem com garbo pela avenida da insensatez, trocando o samba pelo Hino Nacional ao pé da goiabeira.
O chanceler aloprado quer guerra a qualquer preço e, sem saber o que fazer, o capitão sumiu até das redes sociais.
Tudo bem que é tempo de folia, os blocos tomam conta das ruas, a cerveja corre solta, mas esse ano parece que estão exagerando na dose.
Já não dá para separar o noticiário de Brasília da cobertura de Carnaval, a fantasia da realidade, as crasy news da ordem do dia do general porta-voz.
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Virou tudo um pacote só, misturando Previdência do Guedes com Lava Jato do Moro e comissão de frente com laranjais de caixa dois.
Nunca se falou tanto de "Deus acima de todos!", mas o Brasil está ficando é do jeito que o diabo gosta, com vaca estranhando bezerro e poste mijando em cachorro.
Stanislaw Ponte Preta e Nelson Rodrigues não sabem o que estão perdendo.
Só mesmo um Gabriel Garcia Marquez para descrever o que se passa neste verão brasileiro, que supera qualquer realismo mágico.
Apresentado pelo jornal como "precursor do humor jornalístico", José Simão, o Macaco Simão da Folha, virou o melhor comentarista político da imprensa brasileira.
É tudo tão trágico que acaba virando comédia, mas ninguém deveria achar graça nas legiões de deserdados jogados nas calçadas das grandes cidades, atrapalhando o trânsito de pedestres.
A cada dia, um escândalo supera o outro, o festival de hipocrisia e cinismo se alastra, com dirigentes da Vale e do Flamengo mangando das vítimas.
"Vamos salvar a Previdência", clama Nizan Guanaes, anunciando a salvação da lavoura: "Já se calcula que US$ 100 bilhões estão para serem investidos no Brasil, mas esperam a aprovação das mudanças". De onde o amigo tirou isso?
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Vão esperar sentados, se depender das grandes corporações do funcionalismo público civil e militar, que mandam no Brasil e já avisaram que não aceitam reforma nenhuma, como já aconteceu tantas outras vezes, desde o século passado.
Antes diziam que era só derrubar a Dilma e prender o Lula que tudo se resolveria, choveria dinheiro nos céus do Brasil, todos os nossos problemas estariam resolvidos, como anunciavam os tabajaras do Casseta & Planeta.
"Sou do Mato Grosso. Lá a gente lida com chantagista assim: é matar ou morrer", reagiu o grande jurista Gilmar Mendes, ao saber que caiu na malha-fina da Receita Federal.
Como as armas agora estão sendo liberadas, e há muita gente graúda nesta malha, corremos o risco do Carnaval 2019 virar um grande bangue-bangue, que não vai respeitar nem mulher pelada.
Para não ficar fora da folia, o governador paulista João Doria já lançou a doidivanas Joice Hasselmann, uma bolsonarista de raiz, para candidata a prefeita de São Paulo em 2020, dando um chega para lá no tucano Bruno Covas, seu herdeiro político.
Já tinha feito o mesmo para trair seu padrinho Geraldo Alckmin para apoiar Bolsonaro na eleição passada.
Como nos velhos carnavais do lança-perfume e da serpentina, ninguém é de ninguém, acabaram-se os partidos e as lealdades. É o salve-se quem puder.
Agora, nos folguedos momescos desta cabulosa era da nova ordem, com os generais de pijama disputando espaço com os filhos do capitão, nem tudo vai acabar na Quarta-feira de Cinzas.
O pior é isso: pode estar só começando...
Vida que segue.
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