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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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No quinto dia, 'Morogate' já sai do noticiário

"No quinto dia, o Morogate já foi para o rodapé do noticiário da grande imprensa, sobrevivendo com destaque apenas em sites e blogs independentes", observa Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia; "Sem fatos novos bombásticos (e qual ainda poderia ser?), Bolsonaro se deu ao desfrute de levar o acusado Sergio Moro ao jogo do Flamengo, em Brasília, na noite de quarta-feira", diz ele

No quinto dia, 'Morogate' já sai do noticiário
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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e Jornalistas pela Democracia - Quinta-feira, 16 horas. Neste mesmo horário, no domingo, as denúncias do The Intercept sobre as armações da Lava Jato abalavam Brasília e ganhavam as manchetes.

Parecia ser mais uma crise do fim do mundo, mas já foi adiada sine die, como costuma acontecer na república que passa o pano rapidamente nas maiores sujeiras para tudo ficar como está.

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Pode ser o escândalo do tamanho que for, não tem erro: começa com um barulho danado, sobe aos céus das especulações catastróficas, o governo pode cair, quem está preso será solto e vice-versa, mas logo tudo é normalizado e precificado pelo mercado, ninguém se espanta mais.

A Bolsa e o dólar ficam mais calmos e a vida segue sua rotina como se nada tivesse acontecido.

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No quinto dia, o Morogate já foi para o rodapé do noticiário da grande imprensa, sobrevivendo com destaque apenas em sites e blogs independentes.

Sem fatos novos bombásticos (e qual ainda poderia ser?), Bolsonaro se deu ao desfrute de levar o acusado Sergio Moro ao jogo do Flamengo, em Brasília, na noite de quarta-feira.

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A imagem dos dois sorridentes pais da pátria na tribuna de honra do estádio era para mostrar que eles não estavam nem aí com a repercussão das graves denúncias contra Moro e os procuradores de Curitiba, pegos em flagrante ao acertar o modus-operandi da condenação de Lula que levaria Bolsonaro ao poder.

Sim, tudo isso aconteceu, mas e daí?, pareciam dizer a quem se escandalizou com as revelações do Intercept.

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A Polícia Federal, subordinada a Moro, abriu rigorosos inquéritos, mas só para investigar os vazamentos, não o conteúdo das mensagens pouco republicanas trocadas entre o juiz e os procuradores da Lava Jato.

Apareceram até citações a "autoridades americanas" e ao ministro Luiz Fux , do STF, envolvidos na trama, mas até isso já passou batido.

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Ninguém mais precisa dar satisfações a ninguém, nem se dão ao trabalho de desmentir, as coisas são assim mesmo, e quem não estiver satisfeito que vá para Cuba.

"Agora quem manda aqui é nóis", lembram a todo momento os novos donos do poder, que acham graça de qualquer coisa e trocam medalhas entre eles.

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Estado de Direito, Constituição, Democracia, independência entre os poderes, respeito às leis do trânsito e todas as outras, defesa do meio ambiente, tudo isso passou a ser considerado frescura, só mimimi de quem perdeu a eleição, pura poesia de boiola.

Vale apenas a lei do mais forte e o revólver carregado para resolver qualquer divergência. Manda quem pode, obedece quem tem juízo, e que se dane o resto.

Morogate, Vaza Jato e todos os nomes dados à promiscuidade existente nas diferentes instâncias da Justiça já são assuntos superados, como diria o general Heleno, bocejando antes de puxar um cochilo.

Estão pouco se lixando com a imagem do país, diariamente detonada pela mídia internacional, a cada novo surto de autoritarismo.

A reforma da Previdência já voltou a ocupar as manchetes cativas e os comentários dos jograis da mídia amestrada.

Daqui a pouco vão perguntar numa roda de jornalistas: quem foi mesmo Glenn Greenwald, aquele jornalista americano que desmascarou a Lava Jato por alguns dias.

Até aqui, entre mortos e feridos, salvaram-se todos, enquanto não aparece uma nova denúncia, que certamente terá o mesmo destino.

Vida que segue.

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