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Jose Carlos de Assis

Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB

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Nunca na história deste país houve ministro mais cínico

Quando fala em “imenso” déficit público para justificar a reforma previdenciária, Meirelles, descaradamente, omite qualquer menção ao que está no orçamento como a maior conta, a saber, a despesa com juros e amortizações da dívida pública

Meirelles, durante seminário em Brasília 17/4/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Jose Carlos de Assis)
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Tenho visto nesses tempos de enganação  os maiores descalabros em termos de política e de economia, tenho visto um presidente da República exposto publicamente como destinatário virtualmente provado de propina, tenho visto compra explícita de votos de parlamentares para que esse mesmo presidente escape da deposição e da prisão, tenho visto torrentes contínuas de manipulação de mídia e de processos explícitos para enganar o povo. Mas, de tudo o que tenho ouvido, não há nada mais hipócrita e mais cínico do que a manipulação fiscal de Meirelles para forçar a aprovação da dilapidação da Previdência.

Foi Meirelles, com sua política econômica de fancaria, arquitetada para assegurar os interesses do sistema bancário, do qual é um serviçal, quem inventou o déficit público previdenciário público a fim de promover a previdência privada, esta a ser transferida ao comando da banca. É um crápula. É impossível encontrar adjetivos para qualificar esse mentecapto, tendo em vista a função que exerce de servir ao sistema financeiro. Isso aparece nas grandes coisas e nas pequenas coisas. O imposto sobre PIS/Pasep deveria indignar o setor produtivo pois só deixa de fora os bancos. Contudo, os empresários produtivos são uns covardes, que nada fazem.

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Quando fala em “imenso” déficit público para justificar a reforma previdenciária, Meirelles, descaradamente, omite qualquer menção ao que está no orçamento como a maior conta, a saber, a despesa com juros e amortizações da dívida pública. São mais de 500 bilhões de reais que o cínico ministro da Fazenda não menciona, preferindo culpar os gastos previdenciários. Entretanto, desde a Constituição de 88 as despesas previdenciárias estão absolutamente cobertas por receitas próprias – contribuição de trabalhadores e patrões, PIS/Pasep, contribuição sobre o lucro, receita de loterias, etc. O que Meirelles quer é meter a mão nesse dinheiro e repassá-lo aos bancos privados.

Há muita gente ingênua que acha que este Governo ladrão é bem intencionado em política econômica e está apenas equivocado. Isso não é verdade. O Governo está errando para nós, inclusive estraçalhando a sociedade com um taxa de desemprego sem precedentes. Contudo, não está errando para seus objetivos reais. O que este Governo quer é reduzir ao mínimo o espaço do setor público, notadamente na área social, aí incluída a Previdência Social, para abrir espaço ao setor privado. Paralelamente, como se viu na reforma trabalhista, o outro objetivo fundamental dele é reduzir o custo do trabalho para favorecer o capital.

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Agora, tendo em vista os passos futuros, o Governo quer deixar bem estruturado para os próximos anos o sistema institucional perverso que está construindo. Este, insista-se, é seu objetivo. Para isso, é preciso que os membros do Congresso atual, em grande parte comprados, consigam reeleger-se em 2018. A fórmula que está sendo preparada é a manipulação de cargos ministeriais e outros cargos públicos e, sobretudo, as emendas parlamentares. Será o dinheiro dessas emendas que financiará, em grande parte, as eleições de 2018. Será dinheiro limpinho para garantir a renovação de mandatos sujos, em detrimento de uma renovação verdadeira do Congresso.

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