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Gilvandro Filho

Jornalista e compositor/letrista, tendo passado por veículos como Jornal do Commercio, O Globo e Jornal do Brasil, pela revista Veja e pela TV Globo, onde foi comentarista político. Ganhou três Prêmios Esso. Possui dois livros publicados: Bodas de Frevo e “Onde Está meu filho?”

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O amuleto do gabinete do ódio

"A cada trapalhada que Abraham Weintraub protagoniza, motivo que normalmente daria para ser chutado de qualquer governo sério, o parlapatão auxiliar ganha mais força, prestígio e espaço", avalia o jornalista Gilvandro Filho sobre o ministro da Educação

(Brasília - DF, 29/05/2019) Palavras do Ministro da Educação Abraham Weintraub. (Foto: Carolina Antunes/PR)
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Por Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia 

Alguma coisa acontece no coração de Jair Bolsonaro quando entra em cena Abraham Weintraub. Protagonista de alguns dos episódios mais bizarros da atual gestão, o ministro da Educação parece que é uma espécie de talismã do presidente da República. A cada trapalhada que protagoniza, motivo que normalmente daria para ser chutado de qualquer governo sério, o parlapatão auxiliar ganha mais força, prestígio e espaço.

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A sua saída, com que até sonha uma fatia do ministério, não passa pela cabeça do Messias que o cultiva como uma espécie de amuleto do ódio, a quem recorre na hora de esticar a corda, irritar os demais Poderes e gerar frenesi na turma do cercadinho do Alvorada e nas carreatas pró-intervenção, universo paralelo para quem Bolsonaro governa.

Chamar os ministros do Supremo Tribunal Federal de vagabundos e pedir cadeia para todos eles, como na célebre e escatológica reunião do dia 22 de maio é um bom parâmetro. Devia, pela mal-educada bravata, lhe valer, no mínimo, a demissão. Pelo contrário, garantiu ao deslocado titular da Educação de mente torpe e língua vil um descabido e inadmissível direito de nomear reitores. A tarefa inacreditável foi concedida ao ministro pela Medida Provisória 979, baixada nessa quarta-feira pelo seu chefe e protetor.

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Pela medida esdrúxula e inconstitucional, como já atestou Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputado, o ministro que tem sobrenome alemão e vive a desancar judeus poderia, num estalar de dedos, promover a reitor qualquer tipo feito ele. Nada de lista tríplice, nada de ouvir ninguém, muito menos a comunidade acadêmica, “esse bando de comunistas”.

O verbo no condicional para se referir a tão absurda medida fica assim porque, pelo visto, essa excentricidade irresponsável e deletéria foi só uma alucinação passageira. Foi rejeitada de cara pelo Legislativo. Pela inconstitucionalidade assinalada por Maia e pelo anúncio da devolução da matéria pelo presidente do Senado, David Alcolumbre, normalmente aliado de Bolsonaro. Quando nada, cai na primeira ação que chegar ao STF reclamando de tão despropositado despautério. Quem sabe não apenas mais uma provocação do governo.

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Mas, o X da questão é a força que o tipo tem junto ao “mito”. Dar a ele, de bandeja, uma prerrogativa como esta de afrontar a autonomia universitária, o bom senso e a decência é o mesmo que condecorá-lo pelos últimos episódios e pelo conjunto da obra. Tem o mesmo simbolismo de uma comenda oferecida ao astrólogo Olavo de Carvalho, mentor de Weintraub e de parte do governo, com o vetusto palestrante sugerindo a Bolsonaro uma guarda não muito recomendável da referida medalha.

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