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O arrependimento que não apaga as injustiças

O jornalista Florestan Fernandes, dos Jornalistas Pela Democracia, afirma: "tenho visto muita gente arrependida por ter acreditado nas 'boas' intenções do juiz que comandou a Lava Jato. Arrependimento que veio tarde, o estrago já está feito. E não foi pouco. A reputação de muita gente séria e honesta foi levada na correnteza das águas de uma lavagem que retirou pouca sujeira para o prejuízo que causou"

O arrependimento que não apaga as injustiças (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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Por Florestan Fernandes Júnior, para os Jornalistas pela Democracia 

Tenho visto muita gente arrependida por ter acreditado nas "boas" intenções do juiz que comandou a Lava Jato. Arrependimento que veio tarde, o estrago já está feito. E não foi pouco. A reputação de muita gente séria e honesta foi levada na correnteza das águas de uma lavagem que retirou pouca sujeira para o prejuízo que causou.

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Durante cinco anos, delações foram vazadas para a mídia corporativa dentro de um cronograma eleitoral e de manipulação política. Delações arrancadas a fórceps de empresários e políticos que foram trancafiados por meses e até anos em celas na República de Curitiba. O que se queria deles eram delações, de preferência as que comprometessem o PT e o ex-presidente Lula. E elas foram feitas, verbalmente, poucas com provas materiais.

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A condenação de Lula sobre o triplex do Guarujá é desprovida de qualquer prova material ou documental. O ex-presidente foi condenado a mais de 12 anos de prisão baseado apenas nas convicções de Sergio Moro, que aceitou como provas verdadeiras as declarações do presidente da OAS, Léo Pinheiro.

Não vou aqui discutir a sentença. Centenas de juristas em todo o planeta são unanimes em afirmar que a condenação carece de provas. Recentemente o ministro Marco Aurélio Mello do STF afirmou ter dúvidas seríssimas sobre os crimes pelos quais Lula foi condenado no caso do triplex.

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Quando Sergio Moro aceitou o convite para ser ministro da Justiça de um presidente eleito que foi beneficiado pela condenação e prisão de Lula, feitas a toque de caixa e em tempo recorde, a máscara caiu.

Já a roupa do ex-juiz caiu dias atrás, deixando-o nu em público, quando o presidente da República afirmou em entrevista que manterá seu acordo com Sergio Moro, para indicá-lo à primeira vaga que abrir no Supremo Tribunal Federal: "Eu fiz um compromisso com ele. Ele abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá (no STF), estará à disposição", afirmou Bolsonaro.

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A vaga deve abrir em novembro do ano que vem, quando o ministro Celso de Mello se aposentar. Portanto, o arrependimento dos que apoiaram a Lava Jato não é em relação ao Moro ministro que tropeça na língua pátria ou que não sabe dizer qual foi a última biografia que leu.

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É o Sergio Moro lá de trás, agigantado artificialmente pela Lava Jato, o da época em que condenou sem provas e retirou das eleições o mais impor tante líder político do país. Ao aceitar o Ministério e o acordo que teria feito por uma cadeira na Corte Suprema, Moro legitima a crença de que Lula é mesmo um preso político.

Gostem ou não do ex-presidente, jornalistas, cineastas, intelectuais e artistas arrependidos, mais do que pedir desculpas, deveriam defender a liberdade de Lula. Sem ela não retomaremos nossa democracia, levada por jatos pouco republicanos.

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