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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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O bandido das Alterosas

É bom para o civismo nacional, para a boa educação política que os, outrora apaixonados eleitores, desse salafrário mineiro, desse gângster golpista e autoritário ao menos pensem no que aconteceu, no que fizeram e na potência conferida para o atual quadro de instabilização do Brasil

Brasília, DF, Brasil: O senador Aécio Neves durante votação do impeachment. Por 61 a 20, o plenário do Senado decide pelo impeachment de Dilma Rousseff.( Marcelo Camargo/Agência Brasil) (Foto: Ângelo Cavalcante)
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Aécio Neves (PSDB/MG), aquele que "manda matar antes que se faça delação", perdeu ontem, 26/09/2017, seu mandato de senador da república e terá vida de preso privilegiado; as acusações foram das mais variadas e que vão da obstrução aos trabalhos investigativos da justiça, passando por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha.

De verdade, a pena teria sido bem mais dura não fosse a complacência de um STF muito mais alinhado com as teses do PSDB do que com as do PT. De qualquer maneira, se encerra a carreira política de um dos mais irresponsáveis e decadentes políticos da história recente do país.

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Derrotado por Dilma Roussef (PT) em 2014 para o Palácio do Planalto, o economista Aécio Neves, muito longe de ser um democrata, um brasileiro de luminar espírito público, não titubeou, não teve a menor dúvida em "encher o saco do PT" e articular, em parceria com a plutocracia brasileira, um golpe de Estado de novo feitio e que, como bem sabemos, segue provocando a maior depressão econômica de toda história brasileira.

Desnecessário falar do quadro econômico brasileiro com mais de dezesseis milhões de brasileiros no flagelo do desemprego, na incerteza do trabalho eventual e na humilhação acintosa do trabalho juridicamente precarizado. Resultado direto do golpeamento de 2016 é que o Brasil, segundo a ONU, despenca 16 posições entre as mais injustas e perversas concentrações de renda do planeta.

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Para melhor compreensão é como se não tivesse acontecido os governos do PT; como se jamais tivesse havido nenhuma daquelas políticas sociais de combate e redução da pobreza. Demos um salto regressivo para 2002, ano último do infame governo de Fernando Henrique Cardoso. O óbvio, como consequência, aconteceu: fazemos parelha com Burundi, Malaui, Cabo Verde, Serra Leoa e a caribenha ilha de Barbuda e voltamos ao dramático mapa da fome mundial.

Aécio Neves e seu partido são partes ativas e militantes desse quadro; por sinal, toda a debacle civilizacional que atropelou o Brasil desde abril de 2016 só pode ser, de fato, entendida, a partir do protagonismo raivoso, anti-nacional e destrutivo da aristocracia dos tucanos.

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A questão é que o Brasil irá superar esse drama; já superou outros; é sempre bom lembrar em tempos desesperançosos de que o povo brasileiro pôs fim a ditadura do Estado Novo; sepultou duas décadas de ditadura militar onde o assassinato, a tortura e a ocultação de cadáveres eram as principais políticas de unidade e estabilização nacional; conseguiu vencer, inclusive, uma década de neoliberalismo implementado pelo vendilhão FHC e, sem dúvidas, iremos vencer mais esta tragédia.

Agora é bom para o civismo nacional, para a boa educação política que os, outrora apaixonados eleitores, desse salafrário mineiro, desse gângster golpista e autoritário ao menos pensem no que aconteceu, no que fizeram e na potência conferida para o atual quadro de instabilização do Brasil. Será bom começo!

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