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Wilson Ramos Filho

Jurista, professor e escritor

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O bolsonarismo atingiu níveis inimagináveis de irracionalidade

"Quando deram o Golpe destruíram não apenas a institucionalidade democrática, instituíram a irracionalidade como maneira de existir e a inimputabilidade dos novos integrantes do governo como regra (...) e a deles próprios", diz o jurista Wilson Ramos Filho sobre o colapso político que bloqueia até o debate público no país

Bolsonaro quer um país de ignorantes. Não conseguirá (Foto: Esq.: ABR)
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O bolsonarismo atingiu níveis inimagináveis de irracionalidade.

Bolsonaro, seus familiares e seus ministros podem fazer qualquer coisa - enfatizo, qualquer coisa - e poucos reagem com algo além de um suspiro, um leve meneio, um tisque-tisque, ou pior, com um post nas redes sociais.

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Nas vésperas da proclamação da república, na verdade um golpe militar praticado por traidores desleais, vimos o Bozo declarar sua preferência pelo “príncipe” das surubas homossexuais (hostilizando seu vice milico) e o ministro da educação dela desdenhando com nostálgicas referências à monarquia. E nenhuma, nenhuminha, reação da caserna. É um fenômeno.

Algo semelhante se passa a cada revelação de envolvimento dos milicianos da cozinha do presidente com o crime organizado e com o assassinato de Marielle. Bolsonaro pode tudo, não há quem lhe ponha limites. Até a poderosa Globo se acadelou.

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Quando deram o Golpe destruíram não apenas a institucionalidade democrática, instituíram a irracionalidade como maneira de existir e a inimputabilidade dos novos integrantes do governo como regra (as recentes manifestações de Pelé e Renato Gaúcho disso são exemplos) e a deles próprios.

Não me refiro apenas aos neopentecostais (quem acredita naquele deus dos pastores picaretas é capaz de crer em qualquer coiso) ou aos cristãos conservadores e reacionários em geral (embora Enrique Dussel tente isentar de responsabilidade os católicos pelo que se assiste em toda a América Latina). Não aludo apenas aos grupos abertamente neofascistas ou aos que insistem na defesa da Lava-Jato apesar de tudo o que foi revelado. Tampouco falo aqui da Direita Concursada, esta casta de gente que se acha melhor que o resto da população. Destes não se pode esperar racionalidade.

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Refiro-me às pessoas que nada têm de extraordinário, que trabalham, que vão aos estádios, que ouvem música, que teimam em viver uma “vida normal” em meio ao caos institucional. Essa gente que, por falta de opção, finge acreditar que tudo pode melhorar. Penso aqui nas vítimas da Reforma Trabalhista, da Reforma Previdenciária, do desmonte do Estado, do fim das políticas públicas que demonstram uma incrível passividade ante tudo que lhes latiga. São pessoas normais, não são fundamentalistas, machistas, homofóbicos ou racistas, embora não se incomodem em ser governadas por milicianos fundamentalistas que reúnem as piores e desprezíveis características discriminatórias.

A resignação da gente normal frente à iniquidade, à desumanidade, à sandice, é que incomoda. Constitui-se em desafio para os cientistas e analistas políticos.

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Os Bolsonaros e os integrantes de seu governo podem fazer o que quiserem, podem até aparecer em vídeos ou áudios comprometedores e antagônicos com a pauta de valores dos bolsonaristas, podem destruir o futuro do país, podem insultar, podem ridicularizar a república, podem tudo. São tão inimputáveis quanto os eleitores do Bolsonaro. Até quando?

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