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Leônidas Mendes

Professor de História

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O bolsovírus: a pandemia e o pandemônio

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Em recente entrevista, o médico-cientista Miguel Nicolelis, uma referência mundial em sua área, alertou que a atual crise sanitária deixou o povo brasileiro “à beira do abismo de um p²: entre a pandemia (o coronavírus) e o pandemônio (o bolsovírus)”. E atalhou: “as consequências do segundo serão bem maiores que a do primeiro”.

Mas, Nicolelis não foi o único. O jornalista e antropólogo Fábio Zuker, em artigo publicado pelo LeMonde Diplomatique (https://diplomatique.org.br/jair-bolsonaro-massa-virus-e-poder/), já havia nos descrito o surto do bolsovírus, apontando suas origens, causas e sintomatologia, incluindo seus principais hospedeiros, vetores e meio de propagação.

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No texto, Zuker destaca que os primeiros indícios da doença, de caráter psíquico, político e social, por isso mais objeto da psicologia social, das ciências políticas e suas correlatas, apareceram por volta de 1999, pelo verme que, ao que parece lhe deu origem: o então deputado Jair Bolsonaro (RJ).

Já na época, podia-se identificar-lhe alguns de seus primeiros sintomas: o ódio e o desprezo pela vida, principalmente daqueles considerados “inimigos”. Em entrevista ao programa Câmera Aberta, prenunciava sua pretensão: “(...) partir para uma guerra civil (...), fazendo o trabalho que o regime militar não fez. Matando uns 30 mil (...)! Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem, (na) guerra morre inocente”.

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A partir daí, se alimentando de ódio e se propagando pelas redes sociais, na proporção em que estas cresciam como mecanismo de interação, o bolsovírus se espalhou por diversos grupos sociais que, ao que parece, já apresentavam forte propensão à histeria: forças de segurança públicas ou privadas, neopentecostais/evangélicos e classes médias centro-sulistas!

Quando em processo de consolidação, a epidemia de bolsovírus, pelos idos de 2017, deixava claro seu objetivo. Conforme nos atesta Zuker, numa de suas manifestações naquele ano, em Manaus (AM), prometia o agente patológico aos infectados: “se alguém disser que quero dar carta branca para policial militar matar, eu respondo: quero sim!”.

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Ao que consta, como em estado semelhante ao febril, talvez fruto de paranoia e/ou histeria coletiva: a plateia, infectada, delirava! Delírios, aliás, também justificados pelo “jus sanitarista” Sérgio Moro, outro transmissor do bolsovírus, como casos de “escusável medo, surpresa ou violenta emoção”; sintomas menores, segundo ele.

Outro sintoma muito comum em casos de infecção pelo bolsovírus, segundo Zuker, é a paranoia, normalmente manifesta na escolha de supostas ameaças e de inimigos dos transmissores e infectados. Nestes casos, a democracia e suas instituições (STF, Congresso, mídias alternativas ou mesmo a grande imprensa), movimentos sociais e minorias diversas são os principais.

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Há também a suspeita, não de todo confirmada por pesquisadores e estudiosos, que o bolsovírus ataca o cérebro afetando diretamente a capacidade de discernimento, pois, grande parte dos contagiados está propensa a acreditar em “fakes”, terraplanismos e astrologia política, além de apresentarem quadro de forte resistência à racionalidade e às ciências.

Num ponto, entretanto, os estudiosos parecem unânimes: o bolsovírus é mais perigoso e, talvez, mais letal que o coronavírus, inclusive porque pode vir a agravar os casos deste e sua propagação; e suas consequências serão bem mais duradouras e, provavelmente, de mais difícil eliminação.

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